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Dólar cai com EUA-China e Previdência, mas inflação limita baixa

Expectativas positivas com acordo para acabar com a guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta e acordo para destravar a votação da reforma previdenciária no Senado animam investidores; já o IPCA abaixo de 3% retrai o mercado

Bárbara Leite

Publicado

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Dólar negociava na faixa de R$ 4,08 nesta quarta-feira –Foto: Pixabay

O dólar iniciou os negócios nesta quarta-feira (9) em queda, com as expectativas de um acordo comercial entre EUA e China, na véspera da retomada das negociações, com o acordo no Congresso para destravar a votação da reforma da Previdência em segundo turno, mas a inflação negativa de setembro, que deixou o IPCA abaixo de 3%, está limitando as quedas.

Pelas 10h25, o dólar era negociado a R$ 4,084, com queda de 0,19%; na abertura, o tombo chegou a ser maior, de 0,39%.

A deflação de 0,04% em setembro, que levou o IPCA a terminar em 2,89% no acumulado de 12 meses, abaixo do esperado pelo mercado e da marca dos 3%, abre espaço para o Banco Central (BC) cortar ainda mais a taxa básica de juros, a Selic, até ao fim do ano. Ela está atualmente em 5,50% ao ano, e o mercado esperava, antes da divulgação desta quarta da inflação de setembro, que ela fechasse o ano em 4,75%.

Essa queda na Selic, que não deve ser acompanhada na mesma intensidade pelo Fed (Banco Central dos EUA), afasta do Brasil investidores que ganham com especulação de taxas de juros, puxando o dólar.

O dia é de otimismo após duas notícias, divulgadas nesta quarta-feira (9), sugerirem que a China, apesar das ações hostis dos EUA, está disposta a ceder para fechar um acordo e acabar com a guerra de tarifas, que se arrasta há mais de um ano e penaliza economias e empresas dos dois países e do resto do mundo.

Citando um funcionário com conhecimento direto das negociações, a Bloomberg informou que a China está preparada para aceitar um acordo comercial parcial, desde que não sejam impostas mais tarifas pelo presidente Donald Trump. O relatório acrescenta que Pequim ofereceria concessões não essenciais, como compras de produtos agrícolas em troca, mas não cederia nos principais pontos de discórdia entre as duas nações.

O jornal Financial Times, por sua vez, noticiou que a China se ofereceu para comprar mais de 10 milhões de toneladas de soja para facilitar o acordo. Inicialmente, a matéria falava de US$ 10 bilhões em compras de produtos americanos, mas a informação foi corrigida.

Reforma da Previdência: destravada

Além das expectativas em relação ao fim da guerra comercial, o acordo no Congresso para destravar a votação da reforma da Previdência em segundo turno no Senado também melhora o humor dos investidores nesta quarta.

O líder do governo no Senado, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), anunciou nesta terça, pouco antes do mercado fechar, que chegou a acordo com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para votar um projeto de lei com a divisão dos recursos da chamada cessão onerosa, o leilão de petróleo excedente do petróleo do pré-sal, que vai acontecer em 6 de novembro.

A definição da divisão dos recursos, estimados em R$ 106 bilhões, estava dividindo senadores e deputados, pois havia articulação na Câmara para reduzir a parcela acordada de 15% dos Estados na divisão, aumentando a dos municípios, também acertada em 15%. O PL vem atender aos pedidos dos Estados e dos governadores do Sul/Sudeste, que estavam saindo penalizados com os critérios da divisão, que beneficiaria aqueles com menor renda per capita.

O texto deve ser votado nesta quarta-feira (9) pela Câmara e na terça-feira da próxima semana pelo Senado. Com isso, a votação do segundo turno da reforma da Previdência no Senado ficará para o dia 22.

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