O dólar, que chegou a abrir em queda, negociava em alta pelo quarto pregão consecutivo nesta terça-feira (7), ainda em meio à tensão entre EUA e Irã, que não teve novos desdobramentos, e à baixa liquidez do mercado.
Pelas 11h45, a moeda americana era negociada nos R$ 4,09 com alta de 0,64%, depois de cair a R$ 4,0577 na abertura dos negócios. Na véspera, a divisa dos EUA, que também operou em baixa, terminou com ligeira alta de 0,22% para 4,064.
“O mercado está operando com uma liquidez bastante reduzida, o que favorece algumas distorções de preço. Tanto que o dólar abriu caindo e depois virou. A gente está muito na esteira dos desdobramentos dessa questão geo-política EUA-Irã e agenda fraca”, explicou Fernando Bergallo, diretor da FB Capital .
Segundo ele, “não está evidente qual é o rumo do dólar. É provável que ele volte para os R$ 4,10, depois de ter encostado nos R$ 4, com o desdobramento muito positivo com o acordo comercial EUA e China”.
“A gente vai ficar nessa volatilidade bastante desorientada pelos próximos dias até que a gente possa enxergar algum horizonte que de fato indique para uma direção mais clara”, avaliou Bergallo.
Estrangeiro ‘menos comprado’
José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos, destaca que os investidores estrangeiros estão “menos comprados” no mercado futuro de dólar. Na posição comprada, o investidor ganha com a alta da moeda americana. Ou seja, para o estrangeiro é positivo que o dólar esteja elevado. Com menos estrangeiros se beneficiando da alta da divisa, pode haver menos pressão sobre a divisa, o que pode levar a um alívio na divisa.
“Estrangeiro segue desde o dia 13 de dezembro com posição comprada em dólares na B3 abaixo da importante marca de US$ 30 bilhões. A redução desta posição ocorre desde final de novembro, quando o dólar/real se aproximou de R$ 4,28. Desde então, o estrangeiro reduziu a sua posição comprada de US $36,2 bilhões para US $27,2 bilhões (dado de ontem)”, segundo relatório que o diretor da Wagner Investimentos distribuiu a clientes nesta terça (7).
No exterior, o dia era de recuperação nas Bolsas mas a moeda americana também registrava alta contra os principais pares emergentes do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e a lira turca.
Tensão EUA-Irã
Na última sexta-feira (3), a notícia de que um ataque americano em Bagdá, capital do Iraque, matou um importante general iraniano abalou os mercados globais, levando os investidores a fugir para a segurança em meio a temores de uma intensificação dos conflitos regionais do Oriente Médio.
Nesta terça, os principais mercados internacionais ensaiam uma recuperação diante de um cenário de relativo alívio diante da ausência de nova escalada na tensão no Oriente Médio. O petróleo também passou a cair após ter atingido US$ 70 o barril na véspera, e o ouro também suavizou sua alta.