O dólar, que iniciou em queda, virou após o anúncio de que a votação da reforma da Previdência no Senado em primeiro turno ficou para a semana que vem.
Pelas 11h16, a moeda americana era negociada a R$ 4,177, com alta de 0,14%, após ter batido R$ 4,18. Nesta manhã, a divisa chegou a cair a R$ 4,1553, diante de melhora do humor externo, com alívio da guerra comercial entre EUA e China, dados positivos da economia da Alemanha e ata do Copom.
“Como o que mais importa para o investidor é a velocidade da reforma da Previdência, se atrasou, o dólar estressa”, disse Pablo Syper, diretor de operações da Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.
Reforma da Previdência fica para 16 de outubro
A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Simone Tebet (MDB-MS), confirmou na manhã desta terça (24) que a votação em primeiro turno da reforma da Previdência não vai mais ficar para esta quarta (25), mas para a semana que vem. Na próxima semana, o texto principal será votado antes na CCJ e depois em plenário.
Segundo ela, com isso, a votação final não ocorrerá mais em 10 de outubro, mas nos dias 15 ou 16 de outubro.
O Congresso teria pressionado o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para adiar a votação para que fosse aprovada a liberação recursos de emendas parlamentares.
Os investidores, principalmente os estrangeiros, aguardam a aprovação da reforma para colocarem dinheiro no Brasil.
Guerra comercial: alívio
Pela manhã, os investidores estavam animados com informações que dão novas esperanças sobre as negociações comerciais entre EUA e China.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin disse que as negociações com a China serão retomadas na próxima semana e que a volta mais cedo dos representantes chineses no encontro da semana passada aconteceu por pedido americano, e não por descontentamento chinês. O presidente dos EUA, Donald Trump disse nesta segunda-feira (23) que a China quer acordo e que começou a comprar produtos agrícolas.
ambém animou o mercado, o Banco Central da China anunciar que tem arsenal para dar sustentação e não deixar a economia entrar em recessão.
Um acirramento da guerra comercial entre EUA e China tem potencial para desacelerar as economias do mundo inteiro, incluindo o Brasil.
Dado alemão positivo
O humor dos investidores melhorou depois que o Ifo alemão, um importante indicador da confiança dos negócios, de setembro veio acima do previsto, segundo destaca José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimento, em seu relatório desta terça-feira (24).
A pesquisa mensal do Ifo envolve cerca de 9.000 empresas dos setores de manufatura, serviços, comércio e construção.
Ata do Copom: sem novidades
Além disso, a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em que a taxa básica de juros, a Selic foi cortada de 6% para 5,5% ao ano, divulgada nesta manhã, não trouxe surpresas negativas, ou seja, não alimentou ainda mais as apostas de cortes de juros do que as que já estão previstas.
Os investidores, principalmente, os que ganham com especulação de taxas de juros, vêm saindo do Brasil e procurando outros mercados na expectativa de que o país promova cortes maiores nos juros, ao mesmo tempo em que as taxas nos EUA caem em ritmo menor.