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Apesar de revés na Previdência, aprovação em 1º turno no Senado agrada, e dólar cai

Moeda americana recua nesta quarta-feira, após avanço da proposta com nova regras para aposentadoria mesmo com a desidratação da economia esperada aos cofres públicos

Bárbara Leite

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Lá fora, dados mais fracos do emprego americano pesam nos mercados–Foto: Pixabay

O dólar comercial iniciou em alta nesta quarta-feira (2), mas logo começou a cair, com os investidores digerindo o avanço da reforma da Previdência em primeiro turno no Senado na madrugada.

Pelas 11h15, a moeda americana era negociada nos R$ 4,154, com recuo de 0,20%. Mais cedo, a divisa chegou a recuar a R$ R$ 4,15.

A queda se dá apesar da proposta previdenciária ter sofrido uma redução de R$ 76,4 bilhões na economia esperada aos cofres públicos em dez anos, com a aprovação de uma mudança pelo Senado, que deixa as regras do abono salarial como são atualmente: tem direito ao benefício quem recebe até dois salários mínimos (hoje, em R$ 1.996). A reforma queria restringir esse direito a quem ganha até R$ 1.364,43 por mês, e assim diminuir o déficit da Previdência e ajudar a equilibrar as contas públicas.

Com o critério mantido, a economia esperada com a reforma cai para R$ 800 bilhões, número abaixo dos R$ 933,5 bilhões projetados no texto aprovado em julho na Câmara dos Deputados e dos R$ 1 trilhão almejados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Aprovou a reforma é bom, e o dólar pode estar caindo por isso. Atrasou a reforma, é ruim. Até aprovar a reforma é volatilidade. O que importa não é quanto mas quando”, disse Pablo Syper, diretor de operações da Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.

Leia também: Previdência: Senado derrota governo e tira R$ 76,4 bi da reforma; votação segue nesta 4ª

Nesta quarta (2), os senadores votam mais seis destaques ao texto, que podem tirar mais R$ 200 bilhões da reforma.

Entretanto, o ministro Guedes disse na manhã desta quarta, que todo o bilhão que está sendo perdido na Previdência será recuperado no novo pacto federativo, segundo o Broadcast/Estadão.

A votação em segundo turno da reforma, entretanto, está sem data definida, depois que senadores pressionaram pelo adiamento até ter a questão de divisão dos recursos entre Estados e municípios do leilão de cessão onerosa, o petróleo excedente do pré-sal, que ocorrerá em 6 de novembro.


Há embate entre Câmara e Senado. Os senadores temem que os deputados mudem a regra, que distribuiu em fatias iguais de 15% os recursos entre a prefeituras e os governos de Estados, com base em critério que privilegia os locais com renda per capita mais baixa. Segundo o grupo, havia articulação para elevar a fatia das cidades.

Já o Ibovespa segue o ambiente negativo no exterior, após a divulgação de dados mais fracos da economia dos EUA. O ADP mostrou que houve acréscimo de 135 mil empregos no setor privado americano, abaixo do esperado, que eram de cerca de 141 mil vagas.

O índice do mercado de ações recuava 1,75% para 102.233 pontos, também pressionado pela redução da economia esperada com a reforma da Previdência.

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