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Com mais vagas com carteira desde 2014, desemprego cai a 12%; recuperação ainda é lenta

Taxa repete o menor nível do ano, puxada pela abertura de empregos formais; total de subocupados e de trabalhadores por conta própria bate recorde

Bárbara Leite

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Taxa de desemprego recua pela terceira vez seguida-Foto: Agência Brasil

A taxa de desemprego do Brasil caiu no segundo trimestre pela terceira vez seguida e chegou ao menor nível do ano com o maior aumento da criação de vagas com carteira assinada desde o trimestre terminado em junho de 2014, mas os recordes de subutilização dos empregados e do número de trabalhadores por conta própria sinalizam que a recuperação ainda está lenta e sustentada em vagas de menor qualidade.

Depois de registar 12,7% nos primeiros três meses do ano, a taxa ficou em 12% entre abril e junho, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número de desempregados — pessoas que procuraram emprego sem conseguir — era de 12,8 milhões de abril a junho deste ano. Esse total é 4,6% menor do que nos três meses imediatamente anteriores e estável em relação a igual período do ano passado.

De abril a junho, 1,479 milhão de trabalhadores conseguiram uma ocupação, dos quais 294 mil com carteira, um aumento de 0,9% na comparação com o trimestre anterior. Outros 391 mil abriram um negócio por conta própria, uma alta trimestral de 1,6%, enquanto 376 mil pessoas arrumaram uma vaga sem registro (um avanço de 3,4% ante o trimestre anterior). Também houve aumento dos trabalhadores domésticos, de 2,4%, para 6,3 milhões de pessoas.

“O número de empregados com carteira assinada nunca cresceu tanto desde o trimestre terminado em junho de 2014. É uma variação significativa”, segundo Cimar Azeredo, diretor-adjunto de Pesquisas do IBGE. O crescimento da população ocupada, o maior na comparação anual, com aumento de 2,4 milhões de pessoas, também é outro destaque positivo dos números divulgados nesta quarta (31)

Os resultados positivos, segundo Cimar, são “soluços de crescimento”, ou seja, indicam pequenas recuperações após um cenário desfavorável no mercado de trabalho. “Ainda há muita informalidade e um déficit expressivo de postos de trabalho com carteira assinada”, analisa.

Dois recordes não tão bons

O cenário não tão positivo do mercado de trabalho brasileiro é revelado pelos dois recordes da série histórica, iniciada em 2012, registrados no período: a população subocupada, aquela disponível para trabalhar mais horas, atingiu a marca de 7,4 milhões de pessoas e o número de trabalhadores por conta própria aumentou 1,6% e chegou a 24,1 milhões.

O número de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas teve alta de 8,7% em relação ao trimestre anterior, ou seja, mais 587 mil pessoas no Brasil gostariam de trabalhar mais horas mas não conseguiam um emprego que lhes permitisse uma carga horária maior.

Por outro lado, a alta nos trabalhadores por conta própria mostra um avanço da informalidade na economia. São trabalhadores que não encontram um emprego e iniciam um negócio próprio em busca de renda. Nem todo trabalhador “por conta própria” é informal. A categoria inclui também os microempreendedores individuais (MEIs), que são pequenos empresários formais.

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