A queda na demanda levou a indústria, em julho, a acumular estoques, que estão no maior patamar desde a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, segundo a Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (22).
De acordo com o levantamento, o índice de estoques efetivos em relação ao planejado aumentou para 52,8 pontos, em uma escala de zero a 100 pontos (números acima de 50 pontos revelam excesso de estoque).
Com os estoques em alta nas fábricas, o emprego no setor diminuiu. Segundo a CNI, o índice de evolução do número de empregados ficou em 48,4 pontos em julho, abaixo da linha divisória dos 50 pontos. Quando estão acima dos 50 pontos indicam aumento da produção e do emprego.
Apesar da piora dos estoques, o índice de produção da indústria brasileira subiu 9,6 pontos frente a junho e alcançou 53 pontos em julho. O indicador está 5 pontos acima da média histórica e é o maior desde outubro do ano passado.
Essa alta foi resultado do crescimento da utilização da capacidade instalada, que subiu 2 pontos percentuais em relação a junho e ficou 68% em julho. O que quer dizer que, na média, as indústrias brasileiras estão produzindo apenas 68% daquilo que podiam produzir.
A utilização da capacidade instalada foi maior nas grandes empresas, segmento em que alcançou 72%. Nas médias, foi de 67% e, nas pequenas, de 61%.
A Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 13 de agosto com 1.957 empresas. Dessas, 776 são pequenas, 704 são médias e 477 são de grande porte.