O IGP-M, a chamada inflação do aluguel, subiu 0,85% na segunda leitura de outubro, acima dos 0,72% previstos pelos analistas ouvidos pela Bloomberg e da queda de 0,28% registrada há um mês, segundo divulgou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (18).
O dado traz alívio ao dólar, uma vez que sinaliza que voltou uma pressão sobre os preços neste mês, o que pode afrouxar os possíveis planos do Banco Central (BC) de cortes mais elevados na taxa básica de juros da economia, a Selic. O aumento das apostas de uma redução maior vinha afastando investidores do país que especulam com taxas de juros, e pressionando a moeda americana contra o real.
Nesta sexta-feira (18), o dólar já abriu em queda. Pelas 9h33, a divisa dos EUA era negociada a R$ 4,146, um recuo de 0,58% ante o pregão anterior, quando saltou para R$ 4,17, devido às novas apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC poderia cortar a Selic em 0,75 ponto percentual no encontro do dia 30 deste mês. Antes, o mercado via espaço para cortes de 0,50 na taxa.
O Itaú Asset Manegement, gestora do Itaú, é uma das casas que reviu suas projeções, após um IPCA, a chamada inflação oficial, negativo em setembro, que levou a taxa acumulada em 2,89%, abaixo das marca dos 3%. A gestora prevê que o Copom promova dois cortes de 0,75 ponto até ao fim do ano, para a taxa, que está atualmente em 5,5%, fechar em 4% ao ano.
A segunda leitura do IGP-M sinaliza que o arrefecimento dos preços em setembro não continuou em outubro, o que pode pesar na decisão do Copom deste mês. A aceleração no índice de inflação se deu pelos preços das matérias-primas: minério de ferro (5,01%), milho (em grão) (6,67%) e laranja ( 8,77%). Já os preços ao consumidor permanecem estáveis, com destaque para os recuos no preço da energia elétrica e das passagens aéreas.