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Com fala de chefe do Fed e sinalizações do Copom, dólar dispara e passa de R$ 3,83

Nesta quinta, a moeda dos EUA sofre com posturas distintas das autoridades monetárias brasileira e americana

Bárbara Leite

Publicado

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Volatilidade marca negócios do dólar nesta quinta-Foto: Fotos Públicas

O dólar negociava nesta quinta-feira (1º) bastante volátil, com o mercado avaliando, por um lado, o discurso mais conservador de Jerome Powell, presidente do Fed (banco central dos EUA), e o corte mais arrojado na taxa básica de juros do Brasil, a Selic, por outro.

Pela 13h, a moeda dos EUA era negociada a R$ 3,834, com alta de 0,43%. Antes, pelas 12h04, estava em 3,827, com alta de 0,25%; às 11h40, a divisa chegou a recuar 0,02% para R$ 3,818. Pouco depois do início dos negócios, a divisa avançava 0,35% a R$ 3,831.

“O mercado está digerindo o corte de juro básico”, diz Pablo Spyer, diretor de operações da corretora Mirae Asset. O anúncio da redução de 0,50 ponto percentual na taxa brasileira foi feito já após o fechamento do mercado de câmbio.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, reduzir a Selic, para 6%, novo mínimo da história, para estimular a economia em meio a uma inflação sob controle, e sinalizou novos cortes até o fim do ano. O corte mais agressivo e as indicações de novas reduções conflituam com a postura mais conservadora do Fed, o que adiciona uma pressão extra sobre o dólar nesta quinta.

Na véspera, o Fed também anunciou uma redução no juro básico, mas de menor amplitude, de 0,25 ponto percentual, e Powell indicou que o movimento é apenas um ajuste de meio de ciclo, que tem como principal objetivo sustentar o crescimento da economia em níveis atuais.

Ou seja, disse para o mercado para não esperar novos cortes por lá. Como a postura do BC brasileiro é de avançar nos estímulos e reduzir ainda mais a taxa, e nos EUA, o tom é inverso, essa diferença nas taxas tende a fazer com que o capital continue nos EUA e não migre para países emergentes, como o Brasil. Se não entram dólares, o real é enfraquecido.

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