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IPOs 2020: Quero-Quero é a 6ª a pedir registro para entrar na bolsa em 5 dias

O ano começou agitado para o lançamento de ofertas públicas na B3: entre já realizadas, em andamento e pedidas são 11 operações, o dobro do acumulado de todo 2019; Confira detalhes

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IPO da Locaweb foi o segundo do ano: ação estreou com forte alta de mais de 20%–Foto: Reprodução

Se 2019 foi relativamente parado de IPOs (Ofertas Públicas Iniciais, na sigla em inglês) no Brasil–foram apenas cinco no acumulado do ano–, o mesmo não se pode dizer de 2020, que já teve duas estreias na B3 (bolsa de valores brasileira), tem mais duas previstas (uma nesta semana e outra na próxima) e nos últimos 5 dias úteis registrou seis novos pedidos de empresas que querem ter suas ações ou units (certificado de depósito de ações) listadas no mercado de capitais nacional. São elas: Allied Tecnologia, Canopus Holding, Quero-Quero, Paraná Banco, BV Banco e banco Daycoval.

Além disso, já havia outro registro no fim de janeiro (Vamos Locação) e mais uma aprovada (Hidrovias do Brasil) em assembleia de acionistas, que também se prepara para ir para a Bolsa.

Quero-Quero tem 346 lojas e é misto de Leroy Merlin com Casas Bahia

O mais recente foi a rede de varejo de material de construção gaúcha Quero-Quero, que fez o pedido para oferta pública inicial de ações na B3 nesta terça-feira (11), mesmo dia do registro da operação do Banco Daycoval (ver abaixo).

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A companhia é controlada pela empresa de investimentos americana Advent International Corp desde 2008, companhia que também é dona da distribuidora de eletrônicos Allied Tecnologia, uma das outras três empresas que protocolaram seus pedido de IPO na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desde quinta-feira (6), além da Quero-Quero.

A rede Quero-Quero, que faturou R$ 1,7 bilhão em 2019, é um misto de Leroy Merlin com Casas Bahia. O carro-chefe são os materiais para construção, mas as loja também vende móveis e eletrodomésticos.

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Também concede empréstimos pessoais e financiamentos, além de ser dona da Verdecard, uma bandeira de cartões com mais de 3 milhões de plásticos, que são aceitos em mais de 150 mil estabelecimentos conveniados, além das filiais da Lojas Quero-Quero.

“Nos últimos três anos, a companhia manteve uma trajetória de crescimento, mesmo durante uma das maiores recessões recentes da economia brasileira e promoveu a abertura de um total de 16 lojas em 2017, 35 lojas em 2018 e 50 lojas em 2019. Além disso, reformamos ou convertemos 150 lojas para novos formatos nos últimos 3 anos, totalizando 251 lojas com intervenções substanciais neste período “, segundo a minuta do prospecto preliminar do IPO registrado na CVM.

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Em 31 de dezembro de 2019, contabilizava com mais de 6 mil colaboradores, 2 centros de distribuição e 346 lojas situadas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Sobre os planos de expansão, a empresa diz que, nos estados onde já está presente, tem cerca de 291 cidades com potencial para abertura de uma loja da rede.

Além disso, a companhia afirma estudar expandir suas atividades para estados ao norte do Paraná e estima que ao menos 354 cidades nos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo, estados mais próximos da atual região de atuação, também apresentam condições favoráveis para a abertura de pelo menos uma loja, sendo 52 cidades no Mato Grosso do Sul e 301 em São Paulo. Além das iniciativas visando ao crescimento orgânico, o grupo entende que pode se expandir por meio de aquisições e parcerias estratégicas pontuais.

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Os bancos BTG Pactual (BPAC11), Bank of America, Itaú Unibanco (ITUB4), Banco Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) vão coordenar a oferta.

Allied Tecnologia

A gestora Advent também é dona de outra empresa, a Allied Tecnologia, que fez seu pedido de IPO na última quinta (6).

A Allied é uma empresa paulista, que foi criada em 2001 e é representante de marcas de eletrônicos de consumo como Apple, LG, HP, Samsung, Motorola e Microsoft, sendo o único representante no segmento das marcas Google, Bose e Amazon Kindle.

Segundo o prospecto, “um a cada 10 celulares adquiridos no Brasil são vendidos pela Allied”.

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Em 2019, foram comercializados pela mais de 9 milhões produtos por meio dos canais físicos e digital, totalizando R$ 3,73 bilhões em receita líquida de vendas, crescimento de 36,6% sobre 2018.

 A empresa atua em três canais de venda — varejo físico, varejo digital e distribuição — e tem cinco centros de distribuição.

Construtora mineira Canopus Holding

A construtora mineira Canopus Holding, por sua vez, protocolou sua entrada na bolsa na última sexta (7). Será a terceira construtora a fazer IPO em 2020, depois da paulistana Mitre Realty, o primeiro IPO de 2020, e da pernambucana Moura Dubeux, que vai estrear na B3 nesta quinta (13).

Fundada em Belo Horizonte em 1971 pelo engenheiro Adgar Mattos, a companhia atua no setor de incorporação e construção de imóveis residenciais e comerciais, com foco em empreendimentos residenciais destinados a consumidores de média e alta renda.

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A Canopus é controlada por Túlio Botelho Mattos (16,58%), Lucas Botelho Mattos (16,58%), Arthemis Participações (51,03%), IFC (6,59%) e IFC ALAC Brasil (9,22%). O IFC, que é o braço do Banco Mundial para o setor privado, adquiriu sua participação na companhia em 2012.

A operação é coordenada por Itaú BBA, BTG Pactual e Bradesco BBI.

Paraná Banco, BV e Daycoval: bancos médios voltam para bolsa

Três bancos médios–Paraná Banco, BV (ex-banco Votorantim) e Daycoval– estão entre as seis empresas que pediram seus registros de IPO na CVM desde quinta (6). No caso das instituições financeiras, elas pediram para ter units (um ativo com ações ordinárias e preferenciais) listadas em Bolsa.

O Paraná Banco fez o pedido na sexta (7), o BV na segunda (10) e o Daycoval nesta terça (11).

Paraná e Daycoval não são novatos na Bolsa. O Paraná Banco fez um IPO em 2007, mas recomprou suas ações em 2016, saindo do nível 1 da B3. O Daycoval saiu da bolsa também em 2016, depois de estrear em junho de 2007 no mercado acionário brasileiro.

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O Paraná Banco, que é controlado pela família Malucelli e lançado em 1979, tem foco no crédito consignado. Em 31 de dezembro de 2019, contava com mais de 700 mil contratos de empréstimos ativos e R$ 3,7 bilhões de carteira de crédito consignado. Tem 35 lojas e cerca de 134 correspondentes exclusivos.

O banco também atua no mercado segurador, por meio da controlada Junto Seguros, em conjunto com a americana Travelers, e gestão de recursos, por meio da subsidiária JMI.

O prospecto revela que a oferta terá “lock-up”, período durante o qual os investidores não poderão vender seus papéis. No caso do varejo tradicional, com reservas entre R$ 3 mil e R$ 1 milhão, o “lock-up” será de 45 dias; no private (reservas de R$ 1 milhão a R$ 10 milhões), serão 90 dias.

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O IPO do Paraná Banco tem como coordenadores o J.P. Morgan, Goldman Sachs, Banco Bradesco BBI e XP Investimentos.

Na oferta do BV, que foi criado a partir de uma parceria entre o Banco do Brasil e a multinacional Votorantim, cada unit vai representar uma ação ordinária e duas preferenciais do banco.

A abertura de capital da instituição seria mais um dos desinvestimentos que o governo de Jair Bolsonaro prometeu fazer nos bancos públicos do país. Em 2019, o banco entregou lucro de R$ 1,4 bilhão, alta de 29% ante o ano anterior.

 O BV se apresenta como líder no financiamento de veículos usados, com 25% de participação no setor, além se enfatizar que é a instituição financeira do país mais conectada a startups e fintechs. Ele tem parcerias com plataformas como GuiaBolso, banco Neon e Pravaler.

A operação será coordenada por Goldman Sachs, JPMorgan, BB Investimentos, Itaú BBA, Morgan Stanley, Bank of America Merrill Lynch e UBS.

No prospecto, o Daycoval diz que tem mais de 50 anos de história, 2.353 colaboradores, 45 agências próprias, incluindo lojas Daycred, 1.292 correspondentes bancários e uma plataforma omnichannel com apps e outras soluções digitais.

O Daycoval é especializado no crédito para empresas pequenas e médias. Em 31 de dezembro de 2019, a carteira de crédito ampliada (que considera o crédito concedido a empresas, o crédito consignado, o crédito para aquisição de veículos e o crédito com garantia de imóvel), possuía mais de R$ 27,3 bilhões em ativos, refletindo numa taxa de crescimento anual média de lucro líquido de 25% entre 2014 e 2019. O lucro recorrente subiu 50% em 2019 e totalizou R$ 984 milhões, com o retorno sobre o patrimônio líquido médio ajustado (ROE) subindo 7,2 pontos percentuais, para 27,7%.

Carlos Moche Dayan, Morris Dayan, Rony Dayan e Salim Dayan, da família controladora, serão os acionistas vendedores na oferta secundária.

As units serão desmembradas e serão entregues de 5 ações preferenciais por unit, diz a companhia

Os coordenadores são o Itaú BBA, BTG Pactual, Santander e BofA (Bank of America).

Veja lista dos IPOs já realizados ou pedidos em 2020

Resumindo, a B3 já realizou dois IPOs em 2020–a construtora Mitre Realty (MTRE3) e a empresa de hospedagem de sites Locaweb (LWSA3)–os dois fixando seu preço inicial no teto do intervalo sugerido.

Nesta quinta (13), chega a construtora pernambucana Moura Dubeux (MDNE3) e na próxima segunda (17), acontece o “mini-IPO” da Priner (PRNR3), companhia que presta serviços industriais para negócios de óleo e gás e mineração.

No dia 31 de janeiro, a Vamos Locação, do grupo logístico JSL, já havia registrado seu pedido de IPO. A empresa de logística Hidrovias do Brasil anunciou que os acionistas aprovaram sua ida para a Bolsa.

Veja a lista completa de IPOs já realizados, em andamento ou pedidos em 2020:

Entre IPOs já realizados, em andamento e pedidos já são 11 as ofertas em 2020, sem contar com a Hidrovias, que ainda não registrou o pedido, apenas informou que os acionistas aprovaram suas ida para o mercado:

  • Mitre Realty (realizado)
  • Locaweb (realizado)
  • Moura Dubeux (em andamento)
  • Priner (em andamento)
  • Vamos Locação (pedido)
  • Allied Tecnologia (pedido)
  • Canopus Holding (pedido)
  • Paraná Banco (pedido)
  • Banco Daycoval (pedido)
  • BV Banco (ex-banco Votorantim) (pedido)
  • Quero-Quero (pedido)
  • Hidrovias do Brasil (aprovado em assembleia de acionistas)

No ano passado, foram apenas cinco empresas que decidiram ter suas ações na bolsa brasileira, usando o mercado de capitais para se financiarem.

Foram elas: a varejista de material esportivo Centauro (CNTO3), a distribuidora Neonergia (NEON3), a empresa de joias Vivara (VIVA3), a varejista de moda C&A (CEAB3) e o Banco BMG (BMGB11).

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