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Ações das aéreas Gol e Azul lideram quedas na Bolsa com temor de guerra entre EUA e Irã

Papéis das companhias estavam entre as maiores perdas do Ibovespa, afetados pela morte de um dos militares mais importantes do Irã em ataque dos EUA, que fez os preços do petróleo dispararem

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Companhias aéreas são penalizadas por conta da disparada do petróleo e dólar mais caro-Foto: Reprodução

(atualiza com cotações de fechamento)

As ações preferenciais das companhias aéreas da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL4), que recuaram 3,47% e 3,42%, respectivamente, foram as maiores perdas do Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, na manhã desta sexta-feira (3), afetadas pelo ataque dos EUA que matou um general iraniano no Iraque, um dos mais poderosos do país, e que fez os preços do petróleo dispararem acima de 4%.

O petróleo WTI, negociado nos EUA, fechou nos US$ 63,05 o barril, com alta de 3,1%, enquanto o Brent, negociado em Londres e referência para a Petrobras, terminou nos US$ 68,60, uma valorização de 3,6%. Mais cedo, os preços do petróleo subiram mais de 4%.

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De acordo com a Eurasia Group, o barril de petróleo pode chegar a US$ 80 após o ataque. Com isso, é esperado que as companhias aéreas sejam as mais afetadas pelo ocorrido, já que o combustível é um dos principais custos para essas empresas. Além disso, por negociarem seus insumos de dólar, também há pressão adicional da moeda americana, que avançou 0,74% para R$ 4,056.

Ibovespa tomba mais de 1% na abertura, mas alivia perdas

O Ibovespa começou o dia em queda mais forte, acima de 1%, mas reduziu o tombo acompanhando o mercado americano.

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No fechamento, o índice ficou nos 117.703 pontos, com baixa de 0,73%.

Trump ordena ataque e mata importante militar do Irã

As preocupações no mercado surgiram após a divulgação de um ataque realizado pelos EUA contra um aeroporto de Bagdá, capital do Iraque, na madrugada desta sexta (3), que matou o principal comandante militar do Irã e o líder de uma milícia local pro-Teerã, e aumentou o receio de um conflito armado entre os dois países.

O governo americano confirmou o ataque realizado por um drone e que o bombardeio foi autorizado pessoalmente pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

A morte do general Qassem Soleimani foi inicialmente anunciada pela TV iraniana e depois confirmada pelo governo iraniano. Considerado um herói do país, o militar recebeu uma oração em rede nacional em homenagem e foi chamado de mártir.

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Segundo fontes oficiais da segurança iraquiana, pelo menos oito pessoas foram mortas no ataque, três dias depois de um assalto inédito à embaixada americana.

O Departamento de Defesa também acusou Soleimani de aprovar o assalto à embaixada americana em Bagdá no início desta semana.

O ataque ao general iraniano “tinha como objetivo dissuadir futuros planos de ataque iranianos”, acrescentou.

Pelo Twitter, Trump, que havia apenas publicado uma imagem da bandeira americana, sem qualquer comentário, já comentou o ataque.

“O general Qassem Soleimani matou ou gravemente feriu milhares de americanos durante um longo período de tempo e planejava matar muitos mais … mas foi pego! Ele foi direta e indiretamente responsável pela morte de milhões de pessoas, incluindo o recente grande número … ..de opositores mortos no próprio Irã. Embora o Irã nunca seja capaz de admiti-lo adequadamente, Soleimani era odiado e temido no país. Eles não estão tão tristes quanto os líderes permitirão que o mundo exterior acredite. Ele deveria ter sido morto há muitos anos!

A embaixada americana em Bagdá pediu aos cidadãos americanos para deixarem o Iraque imediatamente.

Irã promete ‘vingança terrível’

 Em resposta, o chefe da diplomacia do Irã advertiu que a morte do general iraniano Qassem Soleimani constitui uma “escalada extremamente perigosa”.

“O ato de terrorismo internacional dos Estados Unidos (…) é extremamente perigoso e uma escalada imprudente” das tensões, afirmou Mohammad Javad Zarif, numa mensagem publicada na rede social Twitter.

O antigo líder da Guarda Revolucionária iraniana Mohsen Rezai também já reagiu à morte do comandante da força de elite iraniana Al-Quds, numa mensagem em que deixa um aviso claro a Washington: “Soleimani juntou-se aos nossos irmãos mártires, mas a nossa vingança contra a América será terrível”.

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Também o líder supremo do Irã prometeu vingar a morte do general iraniano Qassem Soleimani e declarou três dias de luto nacional.

“O martírio é a recompensa pelo trabalho incansável durante todos estes anos. Se Deus quiser, o seu trabalho e o seu caminho não vão acabar aqui. Uma vingança implacável aguarda os criminosos que encheram as mãos com o seu sangue e o sangue de outros mártires”, afirmou Ali Khamenei, indicou a agência de notícias France-Presse (AFP).

O líder supremo declarou três dias de luto pela morte do comandante da força de elite iraniana Al-Quds, que descreveu como “símbolo internacional de resistência”, de acordo com uma declaração lida na televisão estatal.

*Com Valor Pro

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