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Vinho, gasolina e até conta da luz mais cara: veja o que o dólar alto pode impactar no bolso

Moeda dos EUA caminha para fechar no nível mais elevado do ano: confira quais os efeitos da alta nos gastos dos brasileiros

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Dólar caminha nesta sexta-feira, dia 23, para fechar no maior patamar do ano-Foto: Pixabay

Nem só aos turistas, economistas, investidores e empresários interessa como está a cotação do dólar, que já passou a marca dos R$ 4,13 e caminha para fechar no maior patamar do ano nesta sexta-feira (23). O valor da moeda dos EUA influencia em quase tudo o que consumimos. Dólares mais altos podem deixar, por exemplo, a compra no mercado ou a gasolina no posto mais caros.

O efeito mais imediato no bolso do brasileiro é a alta de preços de produtos importados, como azeite, bacalhau, vinho, eletrônicos e carros, entre outros.  Com o dólar mais alto ante o real, eles ficam mais caros. Serão precismos mais reais para comprarmos o mesmo produto.

Outra consequência mais direta é o encarecimento do custo das viagens ao exterior.

Além disso, como muitas matérias-primas são importadas, como trigo, gás e combustível, produtos que as usam em sua produção tendem a custar mais também. É o caso do pãozinho, do macarrão e da gasolina.

Do mesmo modo, itens produzidos por vários segmentos da indústria brasileira, como a farmacêutica, a de perfumes e a de chocolates, que também utilizam insumos vindos do exterior, também podem encarecer e pesar mais no bolso do brasileiro. Ou seja, remédios, perfumes, cremes, chocolates, desodorantes podem ficar mais caros.

Também estão neste contexto, os eletroeletrônicos, como geladeiras, fogões ou TVs, pois as indústrias destes segmentos também importam vários itens para usarem na fabricação interna.

Produtos de limpeza também são produzidos com componentes importados, e, por isso, também estão no rol dos itens que podem ter seus preços elevados com a alta do dólar.

A moeda impacta ainda no custo de produção da agricultura, já que os fertilizantes, por exemplo, também são cotados na divisa. Ou seja, pode haver alta de custo no Brasil de vários alimentos in natura com a moeda encarecida.

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Além disso, alguns produtos que são produzidos aqui no Brasil também têm seu preço atrelado ao dólar. É o caso da soja, da carne, do café, do açúcar, suco de laranja e do milho.

Quando o moeda dos EUA está mais valorizada, o produtor tende escoar mais a sua produção para o exterior, já que compensa mais exportar a vender a mercadoria no mercado doméstico. Com uma menor oferta de produtos no Brasil, os preços tendem a subir.

No caso dos grãos, há uma pressão adicional ao bolso do brasileiro, já que eles são alimento de animais, acabando por encarecer também carnes bovina e de frango. 

Luz e impostos

Serviços, como distribuição de energia, também são cotados na divisa americana. A eletricidade gerada em Itaipu e consumida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste é paga em dólar, o que pode impactar elevando as tarifas da luz.

As empresas que têm dívida em dólar também podem repassar para os preços de seus produtos e serviços a alta na cotação. É que com a moeda mais cara, elas precisarão de mais reais para pagar juros e esse aumento nos custos financeiros pode acabar sendo repassado aos consumidores.

A alta do dólar, por outro lado, pressionará também mais as contas públicas, isto porque o governo se financia lá fora para sustentar gastos. Com a valorização na divisa, as despesas caem e orçamento, em tese, terá menos folga para aplicar os recursos em investimentos, que poderiam gerar empregos. Ou seja, também pode haver um potencial menor de abertura de vagas.

Também pode, em tese, haver uma maior pressão para o governo aumentar os impostos, diante de uma piora das contas públicas, visando aumentar a arrecadação para equilibrar o orçamento.

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