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Preço das carnes dispara 17,71% em dezembro e prévia da inflação bate previsões
IPCA-15 variou 1,05%, a maior alta para o mês desde 2015 e o avanço mais forte desde junho de 2018; além da carne, passagens aéreas, combustíveis e botijão também pesaram; mas tem boa notícia para o consumidor nos dados do IBGE, divulgados nesta sexta (20)
O IPCA-15, a chamada prévia da inflação acelerou em dezembro, puxada pela disparada de 17,71% no preço das carnes, batendo previsões dos analistas.
De acordo com os números do IBGE, divulgados nesta sexta (20), o IPCA-15 subiu 1,05% em dezembro, a maior alta para o mês desde 2015 e acima das previsões dos analistas ouvidos pelo Broadcast/Estadão, que era de avanço de 0,96%. O mercado já esperava que a inflação acelerasse frente aos 0,14% de novembro, mas o dado veio pior do que o esperado.
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Também se trata da maior alta mensal desde junho de 2018. Em dezembro de 2018, a taxa foi de -0,16%.
Em 12 meses, a prévia da inflação acumula variação de 3,91%, ainda abaixo do centro da meta, que é de 4,25%.
Carnes e alimentos mais caros
Entre os itens de alimentação e bebidas, a alta foi de 2,59%. Além das carnes, que registraram alta de 17,71% em dezembro e contribuíram com o maior impacto individual no índice do mês (0,48 ponto percentual), contribuíram também produtos como o feijão-carioca (20,38%) e as frutas (1,67%). Já os alimentos que tiveram queda de preço foram a batata-inglesa (-9,33%) e a cebola (-7,18%).
O preço da carne segue em alta, devido ao aumento das exportações brasileiras, sobretudo para a China, que reduziram a oferta para consumo doméstico, elevando o preço no açougue para o consumidor. Nesta época, a demanda pela proteína é ainda maior por conta das festas de fim de ano.
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Algumas outras despesas que pesaram mais no bolso do consumidor foram a alimentação fora do domicílio e as despesas com transportes.
Passagens aéreas, combustíveis e botijão mais caros…
As passagens aéreas, cujos preços já haviam subido 4,44% em novembro, tiveram alta de 15,63% em dezembro.
A gasolina (1,49%) e o etanol (3,38%) também continuam a subir de preço. E o gás de botijão também ficou mais caro (0,32%), após o reajuste de 4% no preço do botijão de 13 kg, nas refinarias, a partir do dia 27 de novembro.
… inflação chega até aos bolões de fim de ano
De acordo com o IBGE, a inflação chegou inclusive aos bolões de loteria de final de ano. Os jogos de azar, por conta dos reajustes nos preços das apostas lotéricas, com vigência a partir do dia 10 de novembro, ficaram 36,99% mais caros.
Boa notícia: TVs e móveis mais baratos
Mas tem boa notícia para quem está arrumando a casa para receber visitas para as festas de fim de ano. O único grupo a registrar deflação foi o de artigos de residência, com queda de 0,84%. Itens como TV, som e informática (-2,09%) e mobiliário (-1,16%) puxaram a baixa.
Inflação se espalhou por todo o país
Todas as regiões pesquisadas apresentaram alta entre novembro e dezembro. O menor resultado foi registrado na região metropolitana de Recife (0,60%), onde o impacto das altas foi mitigado em função da queda observada no custo da energia elétrica (-1,71%).
Já o maior índice ficou com a região metropolitana de Belém (1,72%).
Em São Paulo, a alta ficou em 0,88%, abaixo da média; no Rio, de 0,97%, e em Brasília, de 1,52%. Curitiba, a prévia também variou mais do que a média, 1,39%.
E a Selic?
A alta pode mexer com as expectativas em relação ao futuro da taxa básica de juros, a Selic, que está em 4,50% ao ano, a menor da história.
O Banco Central (BC) avisou que a cautela vai prevalecer e que acompanhava dados econômicos para decidir sobre o futuro do juro básico. Inflação mais alta–o dado desta sexta ainda é a prévia– pode inibir novas baixas da Selic em 2020.