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Poupança: saque em janeiro é o maior da história
Caderneta registrou retirada líquida de R$ 12,3 bilhões no mês passado, o montante mais elevado da série histórica do Banco Central, iniciada em 1995
A poupança registrou em janeiro a maior retirada líquida (depósitos menos saques) da história. De acordo com o Banco Central (BC), a caderneta teve saldo negativo de R$ 12,3 bilhões no mês passado, quando os depósitos totalizaram R$ 216,9 bilhões e os saques foram de R$ 229,3 bilhões.
Segundo a série histórica do BC, que começa em 1995, só em janeiro de 2016 a retirada líquida havia alcançado um montante desse tamanho–chegou a R$ 12,03 bilhões na ocasião.
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Tradicionalmente, janeiro é um mês em que as retiradas da poupança batem os depósitos, já que muitos brasileiros costumam sacar dinheiro da caderneta para fazer frente às despesas de início do ano, como IPTU, IPVA e material escolar.
Neste ano, mais do que motivada pelo pagamento das contas, a retirada pode ser explicada pelo menor rendimento da mais tradicional aplicação financeira do país, à medida que os juros caem no país. Em janeiro, por conta da taxa básica de juros, a Selic, ter caído em dezembro para 4,50% ao ano–nesta quarta (5), ela diminuiu mais e foi a 4,25%–o ganho da caderneta, que é 70% da Selic, recuou a 3,15%, menos que a inflação, estimada em 3,40% neste ano.
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Isso quer dizer que o ganho real (já descontada a inflação) da poupança foi negativo. A inflação “corroeu” o ganho da caderneta.
Diante disso, o poupador prefere retirar seu dinheiro da aplicação e investi-lo em outra opção de investimento que possa dar um retorno maior.