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Dólar vira e sobe a R$ 4,09 com cautela externa; Guedes e frigoríficos puxam Bolsa

Moeda americana, que chegou a cair a R$ 4,05 pela manhã, perdeu o ânimo e encostou em R$ 4,10; Ibovespa foi impulsionado por ações de bancos, siderúrgicas e produtoras de carne

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Mercado segue com atenções voltadas a decisões sobre juros dos principais Bancos Centrais do mundo–Foto: Pixabay

(Publicado às 15h26: atualizado às 18h25)

O dólar, que iniciou o pregão em baixa, virou e passou a subir nesta segunda-feira (9) diante da redução das apostas de que o Banco Central Europeu (BCE) possa anunciar, nesta quinta-feira (12), um pacote de estímulos para animar as enfraquecidas economias europeias, e de dados negativos da balança comercial chinesa, divulgados na véspera.

Já o Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, seguia de novo em alta, impulsionado pelas declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, o anúncio de mais 25 frigoríficos com autorização para vender para o cobiçado mercado chinês, além do pacote da China para impulsionar a economia.

No fechamento, a moeda americana foi a R$ 4,099, com alta de 0,46%, após ter operado em queda durante toda a manhã, tendo chegado a cair a R$ 4,051. Enquanto o Ibovespa terminou nos 103.180 pontos, um avanço de 0,24%, com menos força que no início do dia, quando ultrapassou a marca dos 104 mil pontos.

“Medidas na China puxam açōes do setor siderúrgico no mundo todo e no Brasil. Aqui, expectativas de mais IPO’s (Ofertas Públicas Iniciais) com as privatizações, após entrevista do ministro Paulo Guedes, e a potencial liberação compulsório ajudam o setor financeiro também”, explicou Pablo Syper, diretor de operações da corretora Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.

Segundo Syper, o dólar virou com novos receios de uma recessão global, o que leva os investidores a se refugiarem em ativos considerados mais seguros, como o dólar. “O mercado lá fora está menos convicto que o BCE vá tomar medidas mais fortes contra a desaceleração. Com isso, o investidor tira recursos de países emergentes e coloca em títulos americanos’, disse o diretor da Mirae Asset.

BCs no foco do mercado

As atenções dos investidores nesta e na próxima semana estarão voltadas às decisões dos principais Bancos Centrais do mundo sobre as trajetórias das taxas de juro. Sabendo que cortes nas taxas de juros lá fora beneficiam ativos em renda variável, como a Bolsa, e países emergentes, como o Brasil, que pagam juros mais altos e podem acabar atraindo investidores estrangeiros em busca de retornos maiores.

A primeira decisão esperada é a do Banco Central Europeu (BCE), nesta quinta-feira (12), quando se espera um novo pacote de estímulos. Até lá, as apostas vão oscilando e a que estiver valendo pressionará mais ou menos os mercados financeiros.  Pela manhã, ganhavam os otimistas; agora, a tese mais pessimista dominava o humor.

Na semana que vem será a vez do Fed (banco central dos EUA) e do Banco Central do Brasil de se reunirem para decidir sobre o rumo das taxas. Nos dois casos, a expectativa é que os juros vão cair mais.

Siderúrgicas e bancos em alta

O anúncio de sexta-feira (6) de redução de compulsórios (valor que os bancos precisam reservar dos depósitos e não emprestar) da China, para elevar a oferta de crédito e estimular a economia, puxou as Bolsas asiáticas e também animava o mercado de brasileiro, em especial as ações das siderúrgicas: a Usiminas fechou com alta de 8,08%, enquanto a CSN teve valorização de 3,20%.

Também há expectativa de que o BC brasileiro possa reduzir mais os compulsórios no Brasil, em uma tentativa de ajudar na retomada da economia. Com isso, as ações dos bancos seguiam em alta. O Itaú Unibanco avançava 2,45%; os papéis do Bradesco subiam 1,27% e os do Banco do Brasil, 1,24%.

Leia também: China tem queda inesperada nas exportações em agosto, e notícia é negativa para o dólar e Bolsa

Já a divulgação, neste domingo, dos números da balança comercial chinesa, que mostram uma queda inesperada nas exportações do país e recuo nas importações impactam a negociação, já que a fraqueza da economia chinesa afeta as exportações brasileiras.

Privatizações e carne para a China

Além dos estímulos chineses e a expectativa de políticas para impedir que as economias entrem em recessão, a confirmação do ministro Paulo Guedes de que pretende “vender todas as estatais”, em entrevista ao “Valor Econômico”, também trouxe otimismo com a expectativa de novas empresas em Bolsa.

O anúncio que mais 25 frigoríficos podem exportar para a China impulsionou as ações das empresas que foram beneficiadas e estão cotadas em Bolsa. Os papéis da Marfrig subiram 3,85% e os da Minerva, 5,46%. Já a JBS, que não teve nenhuma planta liberada para a China, fechou em queda de 3,53%. As da BRF, que negociaram em alta, encerraram com recuo de 1,15%.

“Dos novos estabelecimentos habilitados, 17 são produtores de carne bovina, seis de frango, um de porco e um de asinino. As empresas já podem exportar imediatamente”, afirmou o Ministério da Agricultura.

Entre as unidades liberadas estão duas da Minerva, em Rolim de Moura (RO) e Palmeira de Goiás (GO), e duas da Marfrig, em Várzea Grande (MT) e Barra dos Bugres (MT) que produzem carne bovina; além da planta Lucas do Rio Verde (MT), da BRF, autorizada a exportar carne de suínos e de frango.

Aparecem ainda em lista divulgada pelo ministério empresas como Frigorífico Redentor, Masterboi, Naturafrig Alimentos e outras.

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