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Dólar vai a R$ 4,21 após decepção com contas externas
Moeda americana negocia em alta nesta segunda-feira (25) com dados piores do que o esperado do setor externo; previsão de queda na liquidez por conta do feriado nos EUA deve manter a divisa sob pressão nesta semana
O dólar negocia em alta nesta segunda-feira (25) depois da frustração com os resultados das contas externas em outubro.
“As contas externas vieram piores do que o estimado e puxaram o dólar para cima”, disse Pablo Syper, diretor da Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.
Pelas 12h45, a moeda americana era negociada nos R$ 4,211, uma alta 0,43% ante o último pregão, quando encerrou nos R$ 4,193. Na segunda-feira passada (18), a divisa terminou nos R$ 4,206, maior cotação da história do Real.
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De acordo com o Banco Central (BC), o Brasil registrou déficit em transações correntes (contas externas) de US$ 7,874 bilhões em outubro, maior que o estimado por analistas e o mais intenso para o mês desde 2014, na esteira de um fraco resultado comercial no mês. Analistas ouvidos pela Reuters esperavam que o déficit ficasse em US$ 5,475 bilhões.
As contas externas consideram os resultados da balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
“O incremento no déficit decorreu, fundamentalmente, da redução no saldo positivo da balança comercial de bens, de US$ 5,3 bilhões [em outubro de 2018] para US$ 490 milhões [no mês passado]”, diz relatório do BC.
Os dados mostram que estão saindo mais dólares do que entrando, movimento que enfraquece o real ante o dólar.
Em outubro, os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 6,815 bilhões, também abaixo da projeção de analistas de US$ 7,5 bilhões.
EUA-China
Os dados do déficit do setor externo brasileiro ofuscam a boa notícia relativa ao acordo comercial entre EUA e China. Nesta segunda-feira, o Global Times, tabloide comandado pelo oficial People’s Daily, do Partido Comunista chinês, afirmou que os dois países estão muito próximos da “fase um” de um acordo comercial, segundo a Reuters.
O veículo acrescentou que a China também permanece comprometida em continuar as negociações para a fase dois e mesmo a fase três de um acordo com os EUA, citando especialistas próximos do governo chinês.
Boletim Focus
A piora recente do dólar já veio refletida no Boletim Focus, que reúne as projeções de cerca de cem economistas do mercado financeiro, desta segunda-feira (25). Agora, o mercado prevê que a moeda americana termine 2019 em R$ 4,10.
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A decepção com os leilões de petróleo do pré-sal, com a fraca participação de empresas estrangeiras, foi o estopim para a disparada do dólar acima dos R$ 4, agravada pelo aumento das turbulências políticas e sociais no Chile e na Bolívia.
O mercado esperava um fluxo de capital ao país que acabou não acontecendo.
Liquidez fraca por feriado nos EUA
Nesta semana, em que as Bolsas americanas vão ficar fechadas na quinta-feira (28) por conta do Dia de Ação de Graças e terminar mais cedo, às 13h, na sexta (29), o real tende a continuar pressionado, já que nesses dias a tendência é que a liquidez no mercado brasileiro caia.