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Dólar a R$ 4,20 não é recorde, diz economista: entenda

Gesner Oliveira, da Go Associados, explica por que discorda da afirmação de que a moeda americana ante o real chegou à maior cotação da história na última segunda-feira; nesta quinta, divisa, em dia de vaivém, fecha em queda

Bárbara Leite

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Guerra comercial entre EUA e China e turbulência na América Latina vêm puxando o dólar ante o real–Foto: Pixabay

O dólar encerrou na última segunda-feira (18) nos R$ 4,206, maior cotação da história do Plano Real, criado em 1994. Seria o recorde mesmo? Para Gesner de Oliveira, economista e sócio da GO Associados, o valor em que fechou a moeda americana é o maior valor em termos nominais, mas considerada a inflação no Brasil e nos EUA, a divisa precisaria bater os R$ 7,70 alcançados em 22 de outubro de 2002 para ter atingido o nível mais elevado na era do Real.

“Tem muita gente assustada porque o dólar bateu novo recorde, chegando a R$ 4,20. Não é verdade. É um recorde nominal, mas não real. Para o preço ser um recorde real é necessário considerar tanto a inflação brasileira quanto a internacional”, escreveu Oliveira, em um artigo no LinkedIn.

Segundo o economista, “o recorde real da cotação ocorreu em 22 de outubro de 2002, com o chamado “risco Lula”, que estava prestes a ser eleito presidente pela primeira vez. O dólar naquele momento chegou a R$ 3,95, que considerando as inflações do Brasil e dos EUA no período, equivale a R$ 7,70″, explicou.

Leia também: Dólar fecha em R$ 4,206, maior cotação da história

Nesta quinta-feira (21), após a volta do feriado do Dia da Consciência Negra, a moeda americana teve um pregão de vaivém e acabou terminando com ligeira queda de 0,26% nos R$ 4,193, oscilando entre uma mínima de R$ 4,189, e uma máxima de R$ 4,226, a maior do ano em termos nominais.

A pressão sobre o dólar é fruto de uma combinação de fatores externos e internos. Os externos são mais importantes e estão associados à guerra comercial entre EUA e China e às tensões políticas em Hong Kong, e na América Latina, com destaque para o Chile e a Bolívia nos últimos tempos.

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Entre os internos, está o do crescimento da economia brasileira seguir em ritmo lento. A expectativa é que o país cresça, no máximo, 1% em 2019, contra uma média mundial de 2,9%, segundo as projeções da OCDE (grupo das economias mais desenvolvidas no mundo), apresentadas nesta quinta.

A reforma da Previdência não foi suficiente para atrair capital em meio à desconfiança em relação à América Latina como um todo e à lentidão nos processos de privatização.

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O investidor estrangeiro aguarda as reformas tributárias e administrativas para voltar a apostar no país. A agência de classificação de risco Moody’s afirmou nesta quinta que as reformas vão enfrentar obstáculos à sua aprovação no Congresso.

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