Empresas e Negócios
Juntas, Huawei e China Mobile querem comprar a Oi, diz jornal
Fornecedora de equipamentos chinesa estaria interessada em garantir sua presença no 5G no Brasil; operadora brasileira, que está em recuperação judicial desde 2016, vem perdendo mercado a cada mês
Duas gigantes chinesas –Huawei e China Mobile– estão unindo esforços para entrar na disputa pela Oi (OIBR3; OIBR4), a maior operadora de telefonia fixa do país que está em recuperação judicial desde 2016, noticia o jornal “OGlobo” neste sábado (21), sem citar fontes.
Elas têm a perspectiva de um salto no volume de negócios quando o país começar a instalar redes de telefonia móvel da quinta geração (5G).
A Huawei, que é a maior fabricante do planeta de equipamentos de rede 5G e a segunda maior fornecedora de celulares, depois da Samsung e à frente da Apple, foi afetada pela guerra comercial entre a China e os EUA, e está proibida de vender seus produtos para os EUA, acusada pelo presidente Donald Trump de espionagem. Também enfrenta restrições na Austrália e Nova Zelândia.
Com a entrada no Brasil, a chinesa tenta evitar que a guerra comercial afete também seus negócios no Brasil, diante da proximidade do presidente Jair Bolsonaro do governo de Donald Trump.
A Oi conta com uma rede de fibra óptica de 360 mil quilômetros, a maior do país, um ativo atraente diante da perspectiva de instalação do 5G.
Já para a China Mobile seria a chance de entrar no mercado brasileiro. Há dois anos, ela já havia manifestado interesse pela Oi e chegou até a fazer uma “due diligence” (amplo levantamento de dados que engloba a avaliação de oportunidades, perspectivas para o negócio e riscos da operação). O negócio, no entanto, não foi adiante.
Na semana passada, o jornal espanhol El Confidencial informou que espanhola Telefónica, dona da Telefônica Brasil, que detém a Vivo, também estaria interessada em comprar a Oi.
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A Oi, que tem a maior rede instalada de telefonia fixa do país e 16,4% de participação no mercado de telefonia móvel-a quarta maior do país, atrás da líder Vivo, com 32,3%, da TIM e da Claro-, pediu recuperação judicial em 2016, com uma dívida de R$ 64 bilhões.
Mês a mês, a empresa vem perdendo espaço em alguns dos principais mercados em que atua.
No mês passado, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) descartou a possibilidade de intervenção na Oi e destacou, por meio de nota, que “uma solução de mercado definitiva é o cenário preferencial para a evolução positiva da situação do grupo”.
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A empresa, entretanto, ficou mais atrativa, após a aprovação há duas semanas no Congresso do novo marco regulatório do setor de telecomunicações, o PLC79, que vai gerar menos custos para a operadora com a manutenção da telefonia fixa, em especial, a operação pouco rentável dos orelhões.