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UBS, BTG, JP Morgan e Credit recomendam apostar na Bolsa do Brasil
Analistas estão otimistas quanto ao mercado brasileiro de ações; nas perspectivas mais animadoras, o Ibovespa pode subir aos 144 mil pontos: confira as previsões dos bancos de investimentos para o nosso mercado acionário
A volta do feriado, nesta quinta-feira (21), foi intensa, com a divulgação de recomendações de aposta no mercado brasileiro de ações. Analistas do UBS, do BTG Pactual, do JP Morgan e do Credit Suisse estão otimistas quanto ao potencial de valorização da Bolsa do Brasil para 2020, diante de um juro básico nos mínimos históricos, do esperado crescimento econômico mais robusto e das reformas econômicas. Confira o que cada departamento de análise de investimentos dos bancos está orientando seus clientes:
UBS: consumo mais forte e grau de investimento em até 2 anos
O UBS Wealth Management elevou sua recomendação para as ações brasileiras de “overweight” (“compra” ou acima da média do mercado) para “strong overweight” (“forte compra” ou muito acima do mercado), apostando em crescimento econômico mais rápido com a retomada do consumo dos consumidores e dos investimentos.
“Os espíritos animais estão de volta à cidade”, escreveram os estrategistas Ronaldo Patah e Alejo Czerwonko.
Os estrategistas dizem que a economia brasileira está caminhando para um caminho aberto ao crescimento, livre de grandes impedimentos, como turbulência política e obstáculos legislativos à reforma econômica, e as ações são a melhor classe de ativos a serem posicionadas no ambiente atual.
Eles preveem que o PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país) cresça de até 2,5% em 2020 e 2021 e 3% em 2022.
Também recomendam uma posição de forte compra em fundos imobiliários, pois se beneficiarão do aumento do PIB e de menor custos de empréstimos, com a queda da taxa básica de juros, a Selic, que eles veem em 4,5% no fim de 2019 e para 2020.
Devido à recuperação econômica consistente, o Brasil provavelmente recuperará o status de grau de investimento, o chamado de selo de bom pagador, nos próximos 18 a 24 meses, dizem os analistas do UBS.
O risco, dizem, é de uma agitação social se a taxa de desemprego não cair ou o crescimento econômico vacilar.
BTG Pactual: custo do capital baixo e Ibovespa nos 131 mil pontos
Os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi do BTG Pactual acreditam que o Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, pode chegar aos 131 mil pontos.
Se a previsão se concretizar, representará uma alta de 23,6% sobre os 105.666 pontos de fechamento desta terça-feira, véspera do feriado da Consciência Negra em São Paulo, que deixou a Bolsa encerrada. Os 131 mil pontos também correspondem a uma alta de 20% ante o atual recorde do pregão, 109.580 pontos, batido no dia 7 de novembro.
O que sustenta as estimativas de valorização adicional das ações é a redução do custo de capital das empresas, graças ao juro mais baixo, e ao menor déficit fiscal, com as reformas econômicas.
“Desde a eleição do presidente Bolsonaro em outubro passado, as taxas de juros reais caíram de
6% a 3% (…) A aprovação de uma reforma da Previdência abrangente e reformas adicionais sob
o debate no Congresso podem reduzir ainda mais as taxas e mantê-las baixas a longo prazo. E, é claro, como todos sabemos, baixas taxas reais significam um menor custo de capital! “, dizem os analistas do BTG, em relatório.
A possibilidade um PIB mais sustentável no longo prazo também está na lista de elementos positivos que podem levar o Ibovespa à pontuação estimada
JP Morgan: Ibovespa até 144 mil pontos e ações preferidas
Para o JP Morgan, o Brasil tem uma narrativa única entre os mercados emergentes. A inflação e expectativas baixas por longo período permitem ao Banco Central cortar e, mais importante, manter o juro em patamar baixo, algo “transformacional” para o Brasil. Uma retomada do crescimento está a caminho, com a taxa de crescimento anualizada dobrando e a agenda de reformas continua avançando apesar da “implementação barulhenta”
No cenário base, o Ibovespa terminaria 2020 nos 126 mil pontos, o que representa uma alta de 18,2%, sobre os 106.557 pontos considerados no dia da avaliação. No cenário mais otimista (bull case), o índice poderia chegar aos 144 mil pontos, valorização de 35,1%.
Caso as coisas não saiam como o planejado (bear case), o Ibovespa recuaria aos 95 mil pontos, queda de 10,8%.
O banco também diz quais são as suas ações favoritas, os chamados “Top picks”:
- Afya
- Azul
- CBD
- Copel
- Cyrela
- Intermédica
- IRB,
- Petrobras ON,
- Randon
- São Martinho
- Sonae Sierra
- Vale ON
Credit Suisse: é consenso que PIB vai crescer e real está barato
Os analistas do Credit Suisse reforçaram a recomendação “overweight (“compra” ou acima da média do mercado) para ações de mercados emergentes e do Brasil, considerando que os papéis ficaram muito baratos com as preocupações ligadas à desaceleração da China, guerra comercial e com o fortalecimento do dólar, conforme relatório a clientes.
Para Andrew Garthwaite e equipe o Brasil “é o único país da região em que existe consenso de revisão para cima” para o crescimento do PIB e redução da inflação, o que mantém a atratividade do mercado local.
Eles destacaram ainda que o real parece barato em relação à participação nas exportações globais, ainda mais considerando que o superávit na balança de pagamentos está próximo aos recordes.
O único problema que eles veem é o valuation das ações, com múltiplos medianos em relação aos mercados globais. Excluindo papéis de “commodities” (matérias-primas), contudo, citam que as ações brasileiras estão atrativas.
*Com Seu Dinheiro e Money Times