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Trump tuíta: ‘Coisas boas estão acontecendo’, e dólar cai mais; apostas de Selic menor pesam

Presidente americano faz sequência de publicações no Twitter e anima mais o mercado; baixa da moeda americana ainda é limitada pela expectativa de corte maior de juros no Brasil

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Dólar encerrou nesta quinta em R$ 4,124, devido à expectativa de menor interesse pelo Brasil–Foto: Pixabay

Os tuítes do presidente dos EUA, Donald Trump, nesta quinta (10) e sexta (11), estão animando o mercado, elevando as expectativa de que EUA e China devem chegar a acordo para pôr fim à guerra comercial, que se arrasta há 18 meses e vem penalizando as economias das duas potências e o resto do mundo.

Pelas 11h30, o dólar era negociado a R$ 4,106, uma baixa de 0,44%, enquanto o Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, avançava 2,18% nos 104.039 pontos.

“Coisas boas estão acontecendo nas conversas comerciais com a China. Sentimentos mais quentes do que no passado recente, mais parecidos com os velhos tempos. Vou me encontrar com o vice-premier hoje. Todos gostariam de ver algo significativo acontecer!”, tuítou o presidente Trump na manhã desta sexta, segundo dia da retomada das negociações em alto nível entre os EUA e a China.

Logo depois tuitou de novo, para dizer que um acordo comercial com a China não precisa do aval do Congresso. “Uma das grandes vantagens do acordo com a China é o fato de que, por várias razões, não precisamos passar pelo processo de aprovação do Congresso muito longo e politicamente complexo. Quando o acordo é totalmente negociado, eu o assino em nome do nosso país. Rápido e limpo!”, escreveu.

Nesta quinta-feira (10), Trump já havia feito uma leitura otimista nas negociações comerciais, que foram retomadas em meio a ações hostis dos americanos e a dias de nova imposição de tarifas.

“Eu acho que está indo muito bem. Vou dizer que acho que está indo muito bem ”, disse o presidente antes de deixar Washington, já depois do mercado brasileiro fechar. “Então tivemos uma negociação muito, muito boa com a China. Eles vão falar um pouco mais tarde, mas estão basicamente encerrando e vamos vê-los amanhã aqui mesmo”, acrescentou.

O secretário do Tesouro Steven Mnuchin e o representante comercial dos EUA Robert Lighthizer lideraram a equipe de negociadores americanos durante as discussões. O vice-primeiro-ministro chinês Liu é o líder da delegação de Pequim.

Queda da Selic ainda pesa

Apesar do otimismo geral, o câmbio segue pressionado com as expectativas de cortes maiores da taxa básica de juros, a Selic. Nesta sexta-feira (11), dados mais fracos dos serviços em agosto–setor caiu 0,2%, o quinto resultado negativo em 2019–, colaboram para aumentar as chances da Selic mais baixa no fim do ano. Depois do UBS, o Bradesco anunciou nesta sexta que também passou a ver a Selic em 4,50% ao ano, contra 4,75% antes.

Na véspera, os dados do varejo, que mostraram avanço de apenas 0,1% em agosto, junto com a inflação negativa de setembro, também já tinham reforçado as expectativas de que o banco Central (BC) deve fazer mais dois cortes de 0,50 ponto em cada uma das próximas reuniões–dia 30 de outubro e 11 de dezembro. Atualmente, a Selic está em 5,50% ao ano.

Essa queda na Selic, que não deve ser acompanhada na mesma intensidade pelo Fed (Banco Central dos EUA), afasta do Brasil investidores que ganham com especulação de taxas de juros, puxando o dólar.

Com o Brasil pagando menos juros, fica menos interessante fazer o chamado “Carry Trade”– quando se pega o dinheiro em um país que paga uma taxa de juros mais baixa, como os EUA, e se aplica a quantia em outro destino que pague retornos maiores (caso de emergentes, como o Brasil).

A antecipação desse cenário, de taxas de juros mais baixas no Brasil, limita a baixa do dólar nesta sexta (11).

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