Tensão no ar: ataque a petroleiro pelo Irã pode puxar preço da gasolina no Brasil

Um novo incidente diplomático lá fora pode afetar o bolso do brasileiro, mais especificamente, do motorista brasileiro. Nesta sexta-feira (19), o Irã decidiu retaliar o Reino Unido e capturou um petroleiro britânico no Estreio de Hormuz, rota marítima entre o Irã e Omã por passa um terço do petróleo mundial transportado pelo mar. Esse estreito representa um elo importante entre os produtores de petróleo da região–Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque – e os mercados na Ásia, Europa e América do Norte.

Até este domingo (21), o Reino Unido ainda não havia se pronunciado sobre a captura do Stena Impero, o que deve acontecer nesta segunda-feira (22) no Parlamento local.

Especialistas ouvidos pela agência Reuters entendem que o país tem poucas boas opções para lidar com a situação. Um pacote de sanções econômicas estaria descartado já que os EUA já impuseram o máximo possível de sanções econômicas, proibindo todas as exportações de petróleo do Irã em todo o mundo. Congelamento de bens iranianos estaria entre as hipóteses estudadas.

No limite, o Reino Unido poderia iniciar um conflito armado com o Irã ou bloquear o estreito, movimentos que poderiam fazer os preços do petróleo disparassem temporariamente. Estimativas falam que o custo do barril poderia aumentar dos atuais US$ 63 para US$ 150, um salto de 138%. Como a Petrobras vem adotando a política de repassar para as refinarias as variações nas cotações no petróleo, essa eventual disparada nas cotações do barril chegariam às bombas brasileiras e ao bolso do motorista.

Entretanto, a tripulação da embarcação de 23 marinheiros– 18 indianos, três russos, um letão e um filipino–, permanece a bordo do navio, que foi conduzido até um porto iraniano.