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‘Super quartas-feiras’ prometem agitar a Bolsa e o dólar

Liberação dos saques do FGTS e definições dos juros no Brasil e nos EUA estarão no radar dos investidores

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O noticiário econômico será particularmente ativo nas últimas duas quartas-feiras deste mês, dias 24 e 31, o que promete agitar a Bolsa e o dólar no Brasil.

Nesta quarta-feira (24), às 16h, o governo deve anunciar a liberação dos saques das contas do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), com objetivo de estimular o consumo e a economia. O anúncio deve puxar a valorização das ações ligadas ao consumo, como as varejistas de vestuários e de eletroeletrônicos, e tende a dar um alívio ao dólar.

Nesse mesmo dia, mais cedo, às 15h, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, programou uma reunião com representantes de caminhoneiros, para tentar impedir que uma nova greve da categoria aconteça neste ano como ocorreu em 2018. Em entrevista ao Economia Bárbara, um dos articuladores da paralisação do ano passado, Vanderlei Alves, o Dedéco, admite que, caso o governo não reveja a nova tabela do frete, que entrou em vigor neste sábado (20), a mobilização neste ano pode até ser mais longa do que a de 2018.

Além disso, uma enxurrada de balanços corporativos será divulgada aqui e no exterior. Pão de Açúcar, Santander e Telefônica são algumas empresas que vão mostrar seus números do segundo trimestre deste ano. Nos EUA, são esperados os resultados do Facebook e da Tesla, fabricante carros elétricos.

Quarta da definição dos juros

Na quarta da próxima semana (31) será a vez das reuniões para definir a trajetória de juros no Brasil e nos EUA. A expectativa é que tanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) como o Fomc ( Comitê Federal de Mercado Aberto, do Fed (banco central dos EUA) deve decidir-se por um corte de 0,25 ponto percentual nas suas taxas básicas, visando animar as respectivas economias e ajudar no recuo do desemprego. No Brasil, a taxa cairia de 6,50% ao ano para 6,25% ao ano; nos EUA, para o intervalo de 2% para 2,25% ao ano.

Pelo mundo, a onda é de corte das taxas para reanimar as economias. Na semana passada, foi a vez da Coreia do Sul e da África da Sul promoverem reduções. Na quinta (25), o Banco Central Europeu (BCE) também deve sinalizar novos estímulos para os países do euro.

Na quinta-feira passada (18), o dólar chegou a cair ao seu menor nível em cinco anos, abaixo de R$ 3,73, depois que o presidente do banco central de Nova York, John Williams, vice-presidente do Fomc, disse claramente que a autoridade poderia fazer um corte maior nos juros americanos, de 0,50 ponto. No dia seguinte, o órgão descartou essa hipótese, o que esfriou o ânimo no Brasil, levando o dólar a subir 0,43% e a Bolsa a recuar 1,21%.

Taxas de juros mais baixas nos EUA tendem a atrair capital de lá para mercados emergentes, como o brasileiro, que, apesar de serem teoricamente ativos mais arriscados pagam retornos maiores. Com uma queda dos juros americanos, o capital tende a migrar mais para o Brasil, o que puxa a cotação do real ante o dólar, fazendo com que a moeda dos EUA desvalorize.

Um corte da taxa Selic aqui, por outro lado, tende a beneficiar a Bolsa, já que juros menores podem ser um incentivo ao consumo e ao investimento, ajudando a melhorar as vendas de comércio e indústria.

Por fim, os resultados financeiros da Vale do segundo trimestre serão divulgados na quarta (31).

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