Seu Bolso

Senadores ameaçam adiar 2º turno da Previdência; dólar reage mas sobe pouco

Parlamentares estariam esperando governo honrar “compromissos” para votarem a proposta semana que vem; dados mais fracos dos EUA e Europa estiveram no radar dos investidores

Publicado

em

Mercado aguarda a aprovação da reforma previdenciária para colocar dinheiro no país–Foto: Pixabay

A notícia, divulgada antes do fechamento do pregão, de que senadores da base do governo ameaçam parar a reforma da Previdência após a votação do primeiro turno da proposta no plenário do Senado, que deve ocorrer nesta terça-feira (1º), impactou o mercado de câmbio, mas pouco. O dólar fechou com leve alta de 0,17% para R$ 4,162 nesta terça-feira (1º). 

Segundo o Broadcast/Estadção, a insatisfação é atribuída ao risco da divisão dos recursos do leilão do petróleo ser alterada na Câmara. 

Já depois do fechamento do mercado, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, veio tentar acalmar os senadores, dizendo que já há um entendimento construído na Casa que pode acelerar a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição 152/19, que trata da divisão dos recursos do megaleilão do pré-sal.

Para ele, é possível votar a proposta em plenário até o dia 30 de outubro, com a inclusão ainda da Lei Kandir na medida, e com a divisão dos recursos –em fatias iguais– entre Estados (15%) e municípios (15%).

“Havia muitas informações truncadas nesse assunto. Por exemplo, falar que a Câmara não queria aplicar 15% dos recursos da cessão através dos Estados é uma mentira”, disse.

O Senado alterou o texto para que a divisão seja feita nos termos do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Não há acordo entre Estados sobre a divisão e aplicação dos recursos.

Nesta terça, a CCJ aprovou a proposta do relator, Tasso Jereissati, que deve ser votada em primeiro turno e passar pelo primeiro teste no plenário ainda na noite desta terça.

A previsão inicial era concluir a aprovação da reforma da Previdência no Senado até à quinta-feira da próxima semana (10), mas as ameaças podem adiar a votação, e trazer mais estresse ao mercado.

Os investidores, principalmente, os estrangeiros, aguardam a aprovação da reforma que vai trazer alívio às contas públicas, para colocar dinheiro no país.

Era esperado que com a aprovação em primeiro turno, o dólar pudesse cair abaixo do R$ 4, mas os novos ruídos políticos podem pôr em causa essa trajetória.

Dados nos EUA e impeachment de Trump ganha novidades

Fora a reforma da Previdência, que, mais uma vez, parecia encaminhada após aprovação na CCJ sem mudanças na proposta, pesaram sobre o mercado financeiro, os dados mais fracos da indústria americana, que sugerem impacto da guerra comercial entre EUA e a China.

O indicador da atividade de Chicago caiu de 49,1 em agosto para 47,8 em setembro, o nível mais baixo desde junho de 2009. Donald Trump, declarou que a culpa do desempenho da indústria não seria da guerra comercial, mas do dólar forte, já que, para ele, o Fed (banco central local) deveria baixar mais os juros e tirar a atratividade da moeda.

Além disso, os ruídos sobre o processo de impeachment de Trump ganharam um pouco mais de fôlego depois de denúncias envolvendo a Austrália e a interferência russa nas últimas eleições, segundo explicou Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais.

Europa fraca

A Europa , por outro lado, apresentou mais uma bateria de dados negativos, sinalizando que a região também sofre o impacto da guerra comercial entre EUA e China. 

O índice de atividade da indústria (PMI) da zona do euro recuou pelo oitavo mês seguido, de 47 pontos em agosto para 45,7 em setembro, para o menor nível em sete anos. Já o PMI industrial da Alemanha caiu para o menor nível em mais de dez anos, de 43,5 pontos em agosto para 41,7 em setembro. Valores abaixo de 50 pontos sugerem contração da atividade.

Clique para comentar

Mais Lidas

Copyright © Economia Bárbara