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Presente do ‘Touro de Ouro’? Antes do Natal, Ibovespa bate recorde e dólar cai a R$ 4,08

Embalado pelas perspectivas positivas para o crescimento econômico brasileiro e anúncio da China de corte de tarifas, índice da B3 fechou nos 115.863 pontos, nova máxima de fechamento da história; moeda dos EUA tem queda de 0,34%

Bárbara Leite

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'Touro de Ouro', símbolo de alta do Ibovespa: em dezembro, índice bateu nove recordes–Foto: Pablo Syper/Mirae Asset

No último pregão antes do Natal, já que a Bolsa brasileira fica fechada nesta terça-feira (24) e quarta (25), o Papai Noel (ou seria o “Touro de Ouro”?) presenteou os investidores mais cedo.

O Ibovespa, referência da B3, a Bolsa brasileira, voltou a bater recorde histórico, terminando na máxima do dia, nos 115.863 pontos, com alta de 0,64%. O seu desempenho poderia ter sido até melhor não fosse a queda forte das ações da própria B3 (B3SA3), de 4,54%, o maior tombo do índice, com o receio de que a plataforma ganhe concorrentes. Já o dólar recuou 0,34% e ficou nos R$ 4,081.

“Existe uma onda de otimismo com o Brasil. O exterior estava favorável, após a China anunciar o corte de tarifas de importação do porco, tecnologia e papel, e o Ibovespa foi à máxima. É um amor repentino pelo Brasil, só que é forte. Caiu a ficha do mundo”, disse Pablo Syper, diretor da Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.

O mercado segue apostando na retomada da economia brasileira em 2020 em meio ao cenário de juros baixos e aumento da confiança, com a agenda de reformas em curso e privatizações. Isso tende a melhorar resultados das empresas, a reduzir o seu endividamento e a atrair novos investidores para o segmento.

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Nesta segunda (23), o Boletim Focus, com as projeções de cerca de cem economistas, divulgado pelo Banco Central (BC), voltou a trazer estimativas mais positivas para o crescimento econômico tanto em 2019 como no ano que vem. Agora, o mercado prevê que o país cresça 2,28% no próximo ano e 1,16% neste.

Diante dessas perspectivas, a estimativa é de alta de 15% para o índice, de acordo com a média de dez projeções compiladas pela Bloomberg. Isso significa dizer que o Ibovespa pode atingir a casa dos 130 mil pontos no próximo ano, segundo estimam os analistas.

China puxa ânimo geral

O otimismo aqui e lá fora foi puxado nesta segunda de baixa liquidez pelo anúncio chinês de que cortará tarifas de importação sobre carne de porco congelada, papel, produtos farmacêuticos e alguns componentes de alta tecnologia a partir de 1º de janeiro –uma medida que abre caminho para que EUA e China assinem a primeira fase do acordo comercial o mais rápido possível.

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Com o avanço do pacto, ficam mais longe os temores de uma desaceleração econômica global e da China, importante parceiro comercial do Brasil.

B3 ‘derrete’ com receios de entrada de concorrentes

O avanço do índice do mercado de ações foi limitado pela baixa de 4,54% das ações da B3 (B3SA3). A empresa anunciou um acordo com a candidata a concorrente Americas Trading Systems (ATS Brasil) para uso de sua central depositária.

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As condições para o uso da infraestrutura da B3 nos serviços de pós-negociação, como a liquidação e a custódia, eram discutidas em uma arbitragem.

Com o acordo, que encerra o processo de arbitragem, a B3 firmou contrato que estabelece as condições para a prestação de serviços de transferência de valores mobiliários (CSD) para o mercado de renda variável.

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Analistas acreditam que a reação do mercado ao anúncio da B3 foi exagerada, já que a entrada de novos “players” pode demorar.

Veja as maiores altas do Ibovespa nesta segunda….

Eletrobras (ELET3): R$ 38,50 ( +7,00%)
CSN (CSNA3): R$ 14,53 ( +5,21%)
Eletrobras (ELET6): R$ 38,51 (+3,43%)
BR Distrib. (BRDT3): R$ 30,20 ( +3,07%)
Braskem (BRKM5): R$ 29,25 (+3,06%)

… e as maiores baixas

B3 (B3SA3): R$ 46,87 (-4,54%)
Qualicorp (QUAL3): R$ 36,40 (-1,35%)
Intermédia (GNDI3): R$ 66,39 (-1,26%)
BTG Pactual (BPAC11): R$ 74,80 (-1,03%)
Marfrig (MRFG3): R$ 9,40 (-0,94%)

*Com agências

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