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Poupança pode ser atrelada à inflação e ter ganho reduzido

Equipe econômica estuda mudar a remuneração da caderneta para que o rendimento siga o mesmo índice que o novo modelo de financiamento imobiliário

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Com Selic a 6%, nova poupança reduziu a remuneração a 4,20%, mas ainda bate o ganho de vários fundos-Foto: Reprodução

A equipe econômica do governo Bolsonaro estuda mudar as regras de remuneração da poupança e atrelar o ganho da caderneta à inflação oficial, e não mais à taxa básica de juros (Selic) e Taxa Referencial (TR).

A ideia- que ainda está em fase preliminar- é fazer com que o rendimento da poupança passe a acompanhar o mesmo indexador, o índice de inflação oficial (IPCA), que será usado no novo modelo de financiamento imobiliário, que a Caixa Econômica Federal (CEF) vai lançar nesta segunda (26). O crédito para a compra de casa própria é o principal destino do dinheiro da caderneta. As informações são do ‘Broadcast/Estadao”.

Com a mudança, o governo quer estimular a oferta do novo crédito para imóvel atrelado ao IPCA quer pela Caixa quer por outros bancos-em um movimento que pode ajudar a puxar a construção civil e o crescimento econômico-, ao deixar a poupança menos atrativa em relação a outras aplicações em renda fixa, também isentas de Imposto de Renda (IR).

A redução do ganho da caderneta atrairia investidores a comprar e bancos a vender novos títulos de renda fixa, como o CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e o LCI (Letra de Crédito Imobiliário), que, por sua vez, são eles que permitem que a Caixa e outros bancos consigam oferecer juros mais baratos do crédito imobiliário.

Mais oferta de crédito para o segmento tende a puxar a demanda por imóveis, estimulando emprego e receita na construção civil, com impacto no crescimento da economia brasileira. Além disso, com mais bancos emprestando para compra da casa própria, os juros da modalidade devem cair mais, o que poderia levar mais pessoas a adquirir residências, também com impacto positivo na economia.

Leia também: Caixa lança crédito imobiliário com juro fixo a partir de 2,95% e fala em prestação até 51% mais baixa

A intenção de mudar da remuneração da poupança ocorre, então, porque o novo modelo de crédito imobiliário, com taxas fixas mais baixas que o atual, que é atrelado à TR, por usar o IPCA permite que o banco emita títulos de renda fixa ligados a esse empréstimos, como o CRI e LCI.

Com a venda desses títulos, chamada de securitização, o banco antecipa o recebimento dos financiamentos imobiliários e poderá emprestar mais novamente, compensando o que perde nas taxas com volume de oferta de crédito.

Isso não poderia ter sido feito com a TR, uma vez que não há demanda para ativos atrelados a essa taxa.

Também tirando a Selic e a TR do reajuste da poupança e colocando a inflação, que está em patamares baixos, no lugar, os bancos podem eliminar outra limitação que freia a oferta de crédito imobiliário a taxas mais baixas: o rendimento da poupança.

No crédito imobiliário com recursos da poupança, o banco não poderia cobrar taxas menores, já que precisa pagar ao poupador antigo-quem tinha depósitos até dia 4 de maio de 2012- 6,50% ao ano mais a TR, que atualmente está zerada.

Já na nova poupança, o ganho atual não é tão elevado, porque, o governo Dilma Rousseff introduziu um gatilho, que reduz a remuneração da aplicação, sempre que a Selic cai abaixo de 8,50%. Como a Selic está em 6% ao ano, o gatilho está acionado. Pelo mecanismo, a caderneta rende 70% da Selic mais a TR, quando o juro básico ficar igual ou menor que aquele patamar.

Poupança renderia 3,22% ao ano, se mudança já estivesse valendo

A eventual mudança ainda está em estudo preliminar, mas, se já estivesse valendo, baixaria a atual remuneração da nova poupança, que está em 4,20% ao ano, para 3,22%. Essa é a variação que IPCA acumula em 12 meses até julho.

Leia também: BB reage à Caixa e lança crédito imobiliário com juro atrelado ao prazo

A equipe econômica pode, porém, adicionar um percentual acima do IPCA para remuneração da poupança. Nesse caso, a caderneta renderia mais que a inflação, que deve fechar o ano em 3,71%.

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