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O Touro de Ouro não para: Ibovespa emenda 2º recorde consecutivo; dólar vira e cai
Ainda na esteira dos sinais de melhora da economia brasileira e expectativa positiva para 1ª fase do acordo comercial entre EUA e China, índice da B3 atinge os 110.622 pontos, renovando a máxima de fechamento; a moeda americana seguiu o exterior e recuou a R$ 4,188
O Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, emendou, nesta quinta-feira (5) o segundo pregão consecutivo batendo recorde histórico ainda na esteira do otimismo com sinais de melhora da economia brasileira e com a expectativa de assinatura da primeira parte do acordo comercial entre EUA e China antes do prazo de 15 de dezembro, quando estão previstas novas tarifas sobre produtos chineses.
No fechamento, o Ibovespa subiu 0,29%, terminando em 110.622 pontos, novo patamar máximo da história. No melhor momento do pregão, o indicador chegou aos 111.072 pontos, novo recorde intradiário. No ano, o Ibovespa acumula ganho de cerca de 25%.
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Já o dólar, que negociou em boa parte do pregão em alta, virou e fechou com queda, seguindo a fraqueza da moeda americana no exterior. A moeda americana encerrou com baixa de 0,33%, a R$ 4,188, no menor patamar para um fechamento desde 13 de novembro e cerca de 10 centavos abaixo do pico intradia recorde alcançado na semana passada.
Na mínima da sessão, a moeda tocou R$ 4,1773 (-0,59%), enquanto na máxima, alcançada pela manhã, subiu a R$ 4,224 (+0,52%). Sem notícias relevantes, operadores explicam a virada com a entrada de fluxo combinada com a baixa liquidez.
O mercado seguiu digerindo os números positivos divulgados pelo IBGE nesta terça e quarta, do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) do terceiro trimestre, que subiu 0,6%, acima das expectativas, e da produção industrial de outubro, que cresceu 0,8%, a maior alta para o mês em sete anos, o que sinaliza que o setor está retomando o crescimento no quarto trimestre.
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Nesta quinta, também animou o relatório do Credit Suisse sobre o país.
Credit Suisse: cenário de reformas por dois anos e melhora do rating
Economistas do Credit Suisse estimaram que o cenário de reformas no país deve continuar nos próximos dois anos, ajudando a proporcionar um ambiente de inflação e juros baixos, com crescimento mais forte da economia.
“Nosso cenário base assume que esse ambiente mais reformista provavelmente continuará nos próximos dois anos, com o governo avançando nas agendas fiscal e de produtividade”, afirmaram Leonardo Fonseca e Lucas Vilela, em relatório.
A equipe do banco prevê alta de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) em 2019, que deve acelerar para 2,5% em 2020 e 2,7% em 2021, em movimento puxado principalmente pela demanda doméstica, particularmente consumo das famílias e investimentos.
“Alta capacidade ociosa e expectativas de inflação ancoradas provavelmente permitirão que a inflação permaneça baixa nos próximos trimestres, mesmo em um cenário de taxa de câmbio mais depreciada”, ponderaram.
Os economistas também não descartam uma possível elevação na nota de crédito do país por agências de classificação de risco no próximo ano, destacando que, atualmente, o Brasil está classificado três níveis abaixo do grau de investimento, uma espécie de selo de bom pagador, pela S&P (Standard & Poor’s) e Fitch e dois abaixo pela Moody´s.
“A aprovação da reforma da Previdência e esperada aprovação de outras medidas fiscais devem melhorar as perspectivas de contas públicas no médio prazo e, consequentemente, melhorar os ratings do Brasil atribuído pela S&P e Fitch de ‘BB-‘ para ‘BB’”, avaliam.
Para Fonseca e Vilela, a desaceleração econômica global é o principal fator de risco para a dinâmica da economia brasileira nos próximos anos e pode afetar o país principalmente pela redução das exportações e condições financeiras, por meio da aversão a risco nos mercados financeiros internacionais.
Petrobras Day repercute no mercado
Um dos destaques da alta do Ibovespa nesta quinta foram as ações da Petrobras (PETR4), que subiram 1,3%, ainda repercutindo o Petrobras Day, evento realizado na véspera em que a gestão apresentou seus planos, que agradaram ao mercado.
Entre outras novidades, a petrolífera se comprometeu a elevar seu valor justo na Bolsa em 45% nos próximos dois anos e a distribuir US$ 34 bilhões em dividendos entre 2020 e 2024, o que daria um dividend yield de, pelo menos, 9% a partir de 2021.
Para o BTG Pactual, a apresentação da Petrobras foi “música para os ouvidos” do mercado.
Confira as maiores altas do Ibovespa nesta quinta…
- Cielo (CIEL3): R$ 8,08 (+5,20%): Banco do Brasil Banco de Investimentos (BB BI) na companhia foi cindida, e a parte separada foi transferida para a BB Elo Cartões Participações. BB BI e BB Elo são subsidiárias integrais do Banco do Brasil.
- Weg (WEGE3): R$ 32,77 (+2,98%): relatório recente do Credit Suisse destacou que a administração da companhia transmitiu uma mensagem positiva em relação às oportunidades de crescimento a médio e longo prazos
- Bradespar (BRAP4): R$ 35,42 (+2,84%): Decisão judicial julgou improcedente um pleito da Litel contra a companhia, na qual cobrava R$ 1,4 bilhão paga pela Litel à Elétron, e que correspondeu a 50% da liquidação de uma sentença arbitral em litígio.
- Equatorial (EQTL3): R$ 21,77 (+2,11%)
- Magazine Luiza (MGLU3): R$ 44,89 (+1,86%)
… e as maiores baixas
- Ultrapar (UGPA3): R$ 21,68 (-2,12%): Na véspera, dona da rede de postos Ipiranga aprovou plano de investimentos de R$ 1,77 bilhão para 2020.
- MRV (MRVE3): R$ 18,39 (-1,65%)
- RaiaDrogasil (RADL3): R$ 105,53 (1,60%)
- Via Varejo (VVAR3): R$ 9,32 (1,37%)
- Intermédia (GNDI3): R$ 59,22 (1,20%)
Ações que mais contribuíram para a alta do Ibovespa:
Petrobras (PETR4, PETR3), Weg (WEGE3), Magazine Luiza (MGLU3) e Bradesco (BBDC4).
*Com Reuters e Genial Investimentos