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Motorista deve preparar o bolso: preço do petróleo pode subir 16% nesta 2ª

Ataque com drones faz Arábia Saudita perder metade da produção e mercado estima que a cotação do barril vai disparar, o que deve impactar os valores da gasolina e do diesel no Brasil

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Atentado causou uma perda de 5,7 milhões de barris de petróleo por dia, 50% da produção da Arábia Saudita-Foto: Reprodução

O motorista brasileiro deve preparar o bolso, depois que vários ataques com drones atingiram a maior processadora de petróleo no mundo neste sábado (14), forçando a Arábia Saudita a reduzir pela metade sua produção.

Analistas preveem que o preço do barril de petróleo, que a Petrobras leva em conta na definição do valor nas refinarias do Brasil, pode subir até US$ 10 por barril nesta segunda-feira (16), o que representa um salto de 16,6% ante o último pregão, na sexta-feira (13), quando fechou em US$ 60,25. O preço de referência do barril do petróleo é o do tipo Brent, negociado na Bolsa de Londres.

Se a retomada da produção demorar, o barril pode até saltar a US$ 100, estimam.

Neste sábado, dez drones atacaram uma instalação de processamento de petróleo em Abqaiq e o campo de petróleo Khurais, causando uma perda de 5,7 milhões de barris de produção de petróleo por dia ou 50% da produção de petróleo do reino. Embora ainda seja muito cedo para dizer a extensão dos danos e por quanto tempo as instalações serão encerradas, analistas e traders de petróleo disseram à CNBC que o impacto no preço da commoditie (matéria-prima) pode estar na casa dos dois dígitos.

“Temendo o pior, espero que a cotação suba de US$ 5 a US$ 10 por barril na noite de domingo”, disse à CNBC, Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates.

Kevin Book, chefe de pesquisa da Clearview Energy, disse que o impacto no preço dependerá do tempo de reparo, que pode levar semanas ou meses: “Assumindo um desligamento de três semanas, nossos modelos projetam aumento de US$ 10”.

Roberto Friedlander, diretor de comércio de energia da Seaport Global, disse que, dependendo do momento da recuperação, o petróleo poderá aumentar US$ 10 por barril.

“Se daqui a alguns dias, os sauditas estiverem trabalhando para restaurar a produção e fornecerem mais informações nas próximas 48 horas, é mais provável que o impacto seja de US $ 3-5 no petróleo”, disse Friedlander.

“Considerando as implicações de um golpe direto nessa instalação da Arábia Saudita, meu palpite é de uma alta de pelo menos US $ 5 com potencial para muito, muito mais”, disse Kyle Cooper, diretor de pesquisa dos consultores da IAF.

Para o executivo-chefe da Onyx Commodities, Greg Newman, ouvido pela agência Reuters, a expectativa é que o preço do Brent abra o mercado neste segunda-feira (16) com alta de US$ 2, podendo alcançar um aumento entre US$ 7 e US$ 10 no fim do dia.

“O mercado poderá ver um retorno ao patamar de US$ 100 o barril, caso não haja uma solução para o problema no curto prazo”, disse Newman.

Caso o preço dispare a US 100, o barril ficaria 66% mais caro em relação à cotação atual, o que impactaria no preço da gasolina e diesel vendidos ao consumidor no Brasil.

Para definir os preços dos combustíveis no Brasil, a Petrobras leva em conta a cotação do petróleo e do dólar. Se eles sobem, a estatal repassa as altas para as refinarias, que, por sua vez, as distribuidoras de combustíveis tendem a repassá-las para a bomba.

Na semana passada, o preço do petróleo tipo Brent fechou com queda de 2,1%, enquanto o dólar ante o real se valorizou 0,16%.

Amin Nasser, presidente executivo (CEO) da Saudi Aramco, dona das instalações petrolíferas atacadas, disse que “os trabalhos para retomar a produção e que uma atualização spbre o progresso será fornecida em cerca de 48 horas”.

Os rebeldes houthis do Iêmen, ligados ao Irã, assumiram a responsabilidade pelo ataque, um dos maiores ataques já realizados à Arábia Saudita, que é o maior exportador de petróleo do mundo. Os houthis estão por trás de uma série de ataques a oleodutos, navios-tanque e outras infra-estruturas sauditas nos últimos anos, à medida que as tensões aumentam entre o Irã e os EUA e parceiros como a Arábia Saudita.

*Com informações da CNBC e da Reuters

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