A ministra Rosa Weber votou com o relator Marco Aurélio Mello contra a prisão após a condenação em segunda instância, entendimento que pode beneficiar o ex-presidente Lula e outros presos da Lava Jato. O voto de Rosa Weber era o voto mais esperado no julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal), que foi retomado nesta quinta-feira (24).
Após a decisão, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, acentuou um pouco a queda, e às 16h24, recuava 0,84% para 106.659 pontos. Já o dólar passou a subir um pouco mais, e era negociado em R$ 4,038, com alta de 0,13%, depois de ter chegado a cair abaixo de R$ 4 nesta quinta.
Apesar do tema não ter força para afetar diretamente o mercado financeiro, a depender da decisão, o debate jurídico pode atrapalhar a imagem do Brasil pelos investidores externos, que já estão cautelosos em relação ao país.
Havia dúvidas em relação ao posicionamento da ministra Rosa Weber, uma vez que, apesar de sempre ter sido contra à prisão segunda instância, em 2018, votou por negar um habeas corpus ao ex-presidente Lula. Na época argumentou que era preciso respe respeitar a orientação da maioria do colegiado, que autorizara, num julgamento anterior, a execução provisória da pena.
Com a decisão da ministra, o placar está em 3 a 2 a favor da prisão em segunda instância. Ainda faltam votar 6 dos 11 ministros. O voto da ministra Rosa Weber era considerado o fiel da balança do resultado.
Se não for possível concluir a votação nesta quinta, o caso só deverá ser retomado no dia 6 de novembro, pois o STF não terá sessões de julgamento na próxima semana, em razão dos feriados de Dia do Servidor e Dia de Todos os Santos.
Um grupo de caminhoneiros ameaçou fazer greve, caso o STF decidisse ser contrário à prisão em segunda instância, entendimento que poderia beneficiar o ex-presidente Lula e outros presos da Lava Jato. Por enquanto, o placar está a favor da encarceramento antes que sejam esgotados todos os recursos na Justiça.
A expectativa nos bastidores do STF é que a decisão final possa ficar mesmo para o mês que vem.
Quem votou a favor da prisão após condenação em 2ª instância
Alexandre de Moraes
Edson Fachin
Luís Roberto Barroso
Quem votou contra a prisão após condenação em 2ª instância
Marco Aurélio Mello
Rosa Weber
Quem falta votar
Luiz Fux
Cármen Lúcia
Ricardo Lewandowski
Gilmar Mendes
Celso de Mello
Dias Toffoli (presidente do STF)
Acompanhe ao vivo o julgamento sobre a prisão em 2ª instância: