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IPO da XP: ação fecha com alta de 27,6% em estreia na Nasdaq

Grupo de investimentos estreou na Bolsa americana nesta quarta-feira (11) tendo alcançado um valor de mercado de US$ 18,94 bilhões, que a colocaria como a 11ª mais valiosa da Bolsa brasileira, se ela fosse cotada por aqui

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Time da XP na cerimônia do IPO da XP na Nasdaq; empresa levou 120 agentes autônomos para o evento–Foto: Reprodução

A ação da XP Inc., dona da corretora XP Investimentos e outros ativos, fechou nesta quarta-feira (11), na estreia em negociação na Bolsa americana Nasdaq, em US$ 34,46, uma alta de 27,63%, em relação ao preço definido no IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês), que foi de US$ 27.

Com isso, a empresa está avaliada em US$ 18,94 bilhões (R$ 78 bilhões), o que colocaria como a 11ª empresa mais valiosa da Bolsa brasileira, se suas ações estivessem listadas por aqui. O grupo de investimentos valeria mais até que a “queridinha” Magazine Luiza (MGLU3).

No IPO, o grupo de investimentos teve uma demanda 14 vezes a oferta e o preço por ação ficou acima do intervalo indicativo, que era de US$ 22 a US$ 25. O preço do primeiro contrato de compra e venda da XP na abertura da Nasdaq foi de US$ 32,75.

Na operação, a dona da corretora XP Investimentos captou US$ 2,25 bilhões, tendo vendido 72,51 milhões de ações classe A. Destas, 42.553.192 fazem parte da oferta primária e o outro lote, de 29.957.449 ativos, da oferta secundária, vendidas por acionistas.

Os acionistas vendedores na oferta secundária foram os sócios executivos da XP e os fundos de private equity General Atlantic e Dynamo.

A XP diz ter 1,5 milhão de clientes, 5.900 agentes autônomos e R$ 350 bilhões sob custódia, de acordo com números do fim do terceiro trimestre.

Investidor brasileiro não foi contemplado no IPO

O investidor brasileiro, devido às condições rígidas de IPO’s nos EUA, que privilegiam o investidor institucional, não foi contemplado na oferta, mas muitos optaram por comprar ações no primeiro dia.

Para investir na Nasadq, é preciso abrir uma conta em uma corretora americana. A Avenue Securities, liderada pelo brasileiro Roberto Lee, que fundou a Clear, que atualmente faz parte das corretoras da XP, é uma das opções para o investidor brasileiro.

Segundo Roberto Lee, CEO (presidente executivo) da Avenue, qualquer um pode abrir uma conta e comprar ações nas Bolsas americanas. Não são exigidos valores mínimos.

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“É um home broker normal. Você escolhe a ação, compra, manda a ordem, tudo online”, disse Lee.

A remessa de dinheiro do Brasil para a conta americana é feita por meio do aplicativo. A Avenue tem parceria com o banco de câmbio Bexs.

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Outra opção é via fundos de investimentos. A Vitreo, que lançou dois fundos especiais para o IPO da XP, anunciou que não foi atendida.

“Não fomos atendidos na nossa demanda. Infelizmente, os bancos coordenadores, entre eles a XP Investimento, decidiram não atender nossa demanda”, diz, em nota.

Por um dos fundos, o Vitreo Exponencial FIA IE, voltado para investidores qualificados e que terá 100% do patrimônio investido em ações da XP, a gestora diz ter pedido 1.900.000 ações.

Além desse, a Vitreo lançou o Exponencial Light, voltado para o varejo e que investirá 20% de seu patrimônio no fundo Exponencial e o restante em renda fixa.

XP lança dois fundos que vão investir em suas ações

Imagem do fundador da XP, Guilherme Benchimol, em painel da Nasdaq-Foto: Reprodução

A XP, por sua vez, lançou nesta quarta dois fundos, que também investem nas suas ações.

O fundo Trend XP Inc FIC FIA IE vai destinar 100% do patrimônio para ações da XP. Por uma questão regulatória, ele será voltado apenas a investidores qualificados, isto é, com pelo menos R$ 1 milhão em aplicações financeiras.

O outro fundo – Trend XP Inc Balanceado FIC FIM – será voltado ao público geral e terá 20% investido nas ações da XP e os outros 80% em renda fixa, por meio do fundo Trend DI Simples FIRF.

Fundador da XP quer ser inspiração para mais jovens

O sócio-fundador da XP, Guilherme Benchimol, abriu o pregão da Nasdaq nesta sessão e, em discurso, afirmou esperar que outros jovens possam ser inspirados pela história da companhia: “só com novos empreendedores, que buscam fazer a coisa certa, sem atalhos, nós poderemos construir um país mais forte”.

Ele ainda lembrou a trajetória da empresa: “É muito legal que, de uma salinha em Porto Alegre, com R$ 10 mil, depois de ter sido demitido, tenhamos conseguido lançar ações na Nasdaq e ter a sensação clara de que isso é só o começo e que tem uma oportunidade enorme no Brasil”.

Fundada em 2001 como uma empresa de educação financeira, a XP cresceu rapidamente em 18 anos, em parte aproveitando a expansão do mercado acionário no Brasil. Primeiro vendeu uma participação à britânica Actis, em 2010, e depois para outras como a General Atlantic e a Dynamo. Por fim, vendeu 49,9% para o Itaú Unibanco, em 2017, que como não participou do IPO, agora tem 32,5% das ações que têm direito de voto da empresa.

*Com reportagem do Infomoney

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