(atualiza com pontuação de fechamento)
O Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, superou a marca dos 115 mil pontos pela primeira vez da história na tarde desta quinta-feira (19) e renovou o recorde intradiário para 115.011 pontos e o de fechamento em 115.131 pontos. O indicador, que iniciou o pregão em queda, virou após a divulgação dos dados do emprego com carteira assinada, segundo Caged, que vieram bem melhores do que o esperado.
No fechamento, o Ibovespa ficou nos 115.131 pontos, com alta de 0,71%, no quinto recorde de fechamento em seis sessões e o terceiro consecutivo. Na véspera, a máxima histórica foi alcançada nos 114.314 pontos. O volume financeiro foi forte, de R$ 21,8 bilhões.
No ano, o Ibovespa já acumula alta de 31%.
“Dos treze últimos pregões ocorridos, dez foram de alta, e não se trata exatamente de um rali, mas sim de perspectivas mais favoráveis e melhora do fluxo de recursos, o que é certamente mais duradouro”, avaliou Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais.
O mercado segue otimista com a economia brasileira, e nesta quarta-feira (18), as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no balanço das atividades em 2019, “foram bem otimistas com relação ao futuro, estimando que o PIB (soma das riquezas produzidas em um país) possa crescer 2,5% e prometendo muitas medidas, notadamente na área de privatização”, segundo Bandeira.
Também ajuda a menor aversão ao risco no exterior. A aprovação do impeachment do presidente dos EUA, Donald Trump pela Câmara dos Deputados americana não mexeu com os mercados, que o desfecho já era esperado, uma vez que não se acredita que o processo não passe no Senado, onde o partido de Trump tem a maioria dos assentos.
Nos EUA, as Bolsas também bateram recorde, após o comentário do secretário de Tesouro americano, Steven Mnuchin, de que um acordo preliminar com a China seria assinado no começo de janeiro, reforçando o otimismo deflagrado pelo desfecho das negociações comerciais entre os dois países na semana passada.
Caged: saldo foi o dobro do esperado
Segundo dados do Ministério da Economia, o Brasil registrou a criação líquida de 99.232 empregos com carteira assinada em novembro, o melhor desempenho para o mês desde 2010 e muito acima do previsto pelo mercado. Era esperadas 47.500 vagas, segundo analistas ouvidos pela Reuters.
O resultado do mês, que foi puxado pelo comércio (106.834 postos), foi o oitavo consecutivo com criação líquida de vagas, o que sinaliza uma recuperação da economia, apesar da indústria e agropecuária terem encerrado empregos no mês.