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Ibovespa cai 4%, dólar bate R$ 4 e a culpa é de Trump, Xi e Merkel

Pânico tomou conta do mercado na última semana com temor de uma recessão à escala global

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Índice do mercado de ações brasileiro cai 1,97% no mês- Foto: Reprodução

O pânico tomou conta dos mercados financeiros nesta última semana, levando o Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, a acumular tombo semanal de 4,03% e o dólar a bater a marca de R$ 4.

A perda de valor de mercado das Bolsas mundiais chega a 5% neste mês e agosto deve ser o segundo pior mês do ano, só perdendo para maio, quando o presidente dos EUA, Donald Trump iniciou uma nova rodada de imposição de taxas de importação aos produtos chineses. Se o Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, escapou ao tombo geral em maio, neste mês, isso não deve acontecer. Em agosto, o Ibovespa acumula queda de 1,97%, embora, no ano, ainda valorize 13,55%.

E sabe quem são os culpados da vez? Os líderes das três grandes economias do mundo–EUA, China e Alemanha–, respectivamente, Trump, Xi Jinping e Angela Merkel.

Trump, pelos mesmos motivos de maio: anúncio de tarifação adicional de 10% sobre US$ 300 bilhões em produtos chineses a partir de 1º de setembro. Xi, por responder a Trump, com promessas de retaliações da China. E Merkel, por adiar os necessários estímulos que podem tirar a economia alemã da recessão.

O mercado receia uma recessão econômica à escala global resultado do agravamento da guerra comercial entre EUA e China, depois que dados divulgados nesta semana, da Alemanha, da China, da Zona do Euro (com 19 países europeus) e dos EUA mostraram enfraquecimento das economias, embora não dê para saber 100% se a guerra comercial foi responsável por essas desacelerações.

Os chefes de Estado, porém, mandaram sinais positivos no fim da semana. Segundo publicou, nesta sexta-feira (16), o jornal Der Spiegel, o governo alemão estaria disposto a abdicar do equilíbrio do orçamento e aumentar gastos para animar a economia. A notícia aumentou a expectativa de que a maior economia da Europa possa se afastar da recessão, amenizando temores a respeito de uma desaceleração econômica global. Parece que Merkel querer deixar o posto de vilã.

Do lado do Trump também houve um esboço de melhora. O líder americano declarou, também nesta sexta (16), que a guerra comercial com a China será relativamente curta, aumentando as expectativas, que haviam sido perdidas nas últimas semanas, de que a guerra comercial entre os dois países, iniciada em janeiro de 2008, pode acabar.

Leia: Alemanha e Trump aliviam, mas dólar fecha 5ª semana com alta e acima dos R$ 4

Além da mudança de tom de Trump, ajudou a melhorar o humor em relação à tensão comercial entre EUA e China, o relato, de terça (13), da conversa telefônica entre os negociadores americanos (Steven Mnuchin e Robert Lighthizer) e o vice primeiro ministro da China, Liu He. Após a conversa, Trump adiou para 15 de dezembro, a imposição de novas tarifas, previstas agora para setembro, sobre importantes produtos chineses, como eletrônicos, brinquedos, roupas e calçados. O presidente americano disse não querer “estragar” o Natal dos americanos. 

Não esquecendo que ainda há a Argentina onde o atual presidente Mauricio Macri perdeu nas prévias de domingo (11), ficando sua reeleição muito difícil no pleito de outubro. A segunda-feira (12), um dia após as eleições, foi chamada de Lunes Negro (segunda-feira sangrenta), e respingou para outros emergentes, princialmente grande parceiro comercial do país, o Brasil. Entretanto, Macri anunciou um pacote com corte de impostos, congelamento de preços e subsídios, para tentar aliviar o bolso dos argentinos que o castigaram nas urnas.

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