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‘Gringo’ volta, compra ações de bancos e Ibovespa bate recorde

Índice da B3 ultrapassa a marca dos 119 mil pontos nesta quinta (23), alcançando uma nova máxima intradiária e de fechamento; setor financeiro liderou as valorizações, enquanto Vale e frigoríficos, com ‘Efeito China’ pesaram e impediram uma alta maior do indicador

Bárbara Leite

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Touro de Ouro, símbolo da alta do Ibovespa: lá fora, medo de contágio da nova doença da China dominou o humor–Foto: Pixabay

(atualiza com cotações de fechamento)

O Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, renovou as máximas históricas intradiária e de fechamento nesta quinta-feira (23), acima dos 119 mil pontos, com bancos liderando as altas. Vale e frigoríficos foram os destaques negativos, “ofuscando” o brilho da B3, que negociou em baixa pela manhã.

O índice da B3 terminou com alta de 0,96% em 119.527 pontos, um novo recorde. Mais cedo, foi aos 119.534, também uma nova marca histórica no meio de um pregão. O dia foi volátil, já que o Ibovespa chegou a cair 1,25% pela manhã, negociado nos 116.905 pontos.

As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 2,37%, e puxaram o índice acionário, seguido de Bradesco (BBDC4), com avanço de 2,64%, e do Banco do Brasil (BBSA3), com alta expressiva de 5,62%. Os papéis do Santander (SANB11) registraram aumento de 1,96%.

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O bom desempenho do setor financeiro, que tem peso de 26% no índice Bovespa, pode ser explicado por interesse de estrangeiros nos papéis do segmento. “Perguntei para três tesourarias de bancões. Os três me responderam: estamos com fluxo de compra de gringo, todos comprando apenas açōes de primeira linha, principalmente bancos! Olhei o dólar, e o real é a melhor moeda do mundo. Os gringos chegaram!”, disse Pablo Syper, diretor da Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.

Semana teve pregões de pressão sobre bancos com UBS, BofA e concorrência

Entre terça (21) e quarta (22), o segmento vinha sendo penalizado depois que o banco suíço UBS anunciou queda de 5% em seu lucro, pelos receios da entrada de novos competidores em meio à queda das taxas de juros e devido ao relatório do Bank of America (BofA) que rebaixou as ações do Itaú e os papéis do Bradesco.

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No documento do BofA, os analistas Mario Pierry, Giovanna Rosa e Ernesto Gabilond destacaram que “enquanto a economia ganha força e os empréstimos continuam a crescer a uma velocidade de dois dígitos, nós esperamos que o setor entregue um crescimento de receita de apenas um dígito em 2020, o que representaria uma profunda desaceleração em relação à expansão de 20% vista em 2019”.

Com China, Vale e frigoríficos pesam

As ações da Vale (VALE3), por outro lado, lideravam as perdas nesta quinta. Os papéis encerram com baixa de 1,42%. Também pressionaram o índice as desvalorizações das ações da JBS (JBSS3) e da BRF (BRFS3), que caíram 0,77% e 2,13%, respectivamente.

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“Nos dois casos, a ‘culpa’ vem da China”, lembra Syper. Os preços das commodities (matérias-primas), como o minério de ferro, tombam nesta quinta com receios de queda da demanda por conta da possibilidade do coronavírus, que já matou 17 pessoas e adoeceu outras 473, se espalhar mais rapidamente nos próximos dias, já que, nesta sexta (24), começa um feriado de Ano-Novo Lunar de uma semana, em que os chineses viajam, cenário mais propicio à propagação da doença.

Também da China veio a notícia de que os frigoríficos brasileiros estão tendo que reduzir suas margens para vender sua carne para lá.

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Reportagem do jornal “Valor Econômico” desta quarta (22) relatou que os chineses estão impondo descontos de 30% sobre o valor da carne sul-americana, afetando a rentabilidade das companhias.

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A reportagem afirma que, desde dezembro, os importadores impuseram descontos de pelo menos US$ 1 mil por tonelada sobre cargas que já estavam no mar e até mesmo nos portos do país. Há relatos de pedidos de US$ 2,5 mil, deságio significativo.

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