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Fed mantém juros e indica que não há mudanças em 2020; dólar cai mais e Ibovespa passa a subir

Sinalização de que as taxas nos EUA não devem sofrer aumento no ano que vem agradou o mercado financeiro brasileiro nesta quarta (11)

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Fed atendeu às expectativas e manteve as taxas inalteradas nesta 'Super Quarta', após três cortes consecutivos–Foto: Reprodução

O Fed (Banco Central dos EUA) manteve os juros estáveis na faixa de 1,50% a 1,75%, nesta quarta-feira (11) e indicou que não deve mexer nas taxas no próximo ano em meio a uma inflação persistentemente baixa.

Após a divulgação da decisão, o dólar ante o real passou a cair um pouco mais. Pelas 16h52, a moeda americana era negociada em R$ 4,122, com recuo de 0,65%.

Já o Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, virou e passou a subir ligeiramente. No mesmo horário, o indicador avançava 0,18% para 110.867 pontos.

Concluindo um ano em que o banco central reduziu sua taxa de referência três vezes, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) atendeu às expectativas do mercado e manteve a taxa básica.

Em seu comunicado explicando a decisão, o comitê indicou que é provável que a política monetária permaneça onde está por um período de tempo, embora as autoridades continuem monitorando as condições à medida que se desenvolvem. A decisão de manter as taxas inalteradas foi unânime, após vários dissidentes em reuniões recentes.

“O Comitê julga que a posição atual da política monetária é apropriada para apoiar a expansão sustentada da atividade econômica, as fortes condições do mercado de trabalho e a inflação perto do objetivo simétrico de 2% do Comitê”, afirmou o comunicado.

“O Comitê continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas, incluindo a evolução global e as pressões inflacionárias reduzidas, ao avaliar o caminho apropriado da meta para a taxa de fundos federais”, acrescentou o comitê.

A linguagem é consistente com as declarações recentes do presidente do Fed, Jerome Powell e seus colegas, que disseram que a política está em “um bom lugar” e provavelmente permanecerá inalterada enquanto as condições atuais persistirem.

Caminhos a seguir: menos membros veem chances de aumentos

Esses sentimentos também se refletiram no provável caminho a seguir.

Por meio do “gráfico de pontos” das projeções futuras de membros individuais, o Fomc indicou poucas chances de corte ou aumento em 2020.

Na reunião de setembro do comitê, os membros individuais estavam divididos sobre o que poderia acontecer no próximo ano, com oito membros vendo nenhuma mudança e nove indicando a probabilidade de um ou mais aumentos. Um membro até previu três altas. No geral, a estimativa era de pelo menos um aumento em 2020.

As projeções de quarta-feira viram uma mudança decidida nos pontos, com apenas quatro dos 17 membros antecipando um aumento de um quarto de ponto em 2020.

O dólar ante o real cai após a divulgação destes dados uma vez que está menos provável um aumento das taxas em 2020. Altas nas taxas tendem a afugentar investidores estrangeiros do Brasil, principalmente aqueles que ganham com especulação das taxas de juros.

Com uma alta, os investidores preferem manter seu capital nos EUA, onde os retornos ficam maiores a migrar para outros países, que embora paguem mais, são considerados investimentos mais arriscados.

2021: mais ‘dovish’

Também houve uma mudança geral descendente para 2021, com o gráfico apontando para pelo menos um e possivelmente dois aumentos.

A inclinação mais “dovish” (tendência por taxas de juros mais baixas) ocorreu sem mudanças nas expectativas de crescimento econômico dos EUA. O comitê projetou novamente 2019 para terminar com um ganho de 2,2% no Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país), seguido em anos consecutivos por ganhos de 2%, 1,9% e 1,8%.

Os membros reduziram suas expectativas de inflação pare este ano.

Agora, eles veem o índice de preços com um crescimento de apenas 1,6% em 2019, abaixo da projeção de 1,8% em setembro. Eles mantiveram suas estimativas em 1,9% em 2020 e 2% nos dois anos seguintes.

O comitê divulga suas estimativas econômicas trimestralmente. Embora apenas 10 membros votem na política de taxas, todos os 17 funcionários do Fomc contribuem com as projeções econômicas e de taxas.

O objetivo do Fomc é conseguir o pleno emprego e a estabilidade de preços. O desemprego está no menor nível em 50 anos e a criação de empregos superou as estimativas em novembro–foram 266 mil postos criados contra 183 mil criados.

No entanto, a inflação permaneceu teimosamente abaixo do nível de 2% que o Fed considera saudável. Os membros nas últimas semanas discutiram várias estratégias para resolver o problema, embora a declaração de quarta-feira não indique nenhuma alteração na abordagem do Fed.

*Com informações da CNBC

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