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Em dia de tensão com guerra comercial e Previdência, dólar cai após inflação nos EUA; Ibovespa sobe

Embora a cautela prevaleça, mercado financeiro brasileiro tem terça-feira positiva

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Mercado aguarda a fala de Powell nesta tarde, que pode dar alguma indicação sobre a trajetória dos juros–Foto: Pixabay

Em meio à cautela com o avanço da guerra comercial entre EUA e China e conversas para destravar a votação da reforma da Previdência, o dólar passou a cair nesta terça-feira (8), após a divulgação de que a inflação nos EUA caiu em setembro, o que daria espaço para o Fed (Banco Central dos EUA) continuar cortando os juros no encontro deste mês.

Corte nos juros americanos tornam os títulos do Tesouro americano menos rentáveis, e forçam o investidor a buscar ativos e mercados mais arriscados, como o Brasil e a Bolsa de Valores.

Pelas 11h, o dólar era negociado a R$ 4,088, com queda de 0,40%, enquanto o Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, subia 0,13% para 100.706 pontos.

Entre as ações que mais subiam estavam Eletrobras, com alta de 4,28% (ON) e 2,50% (PN), e Cosan, com avanço de 1,83%. Já no vermelho, os destaques eram a CSN, com recuo de 4,16%, a Kroton, com baixa de 3,70% e Gerdau (-3,44%).

A moeda americana começou a cair ante o real, depois da divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA, que mostrou queda de 0,3%, ante uma alta esperada de 1%. Com menor pressão da inflação, o Fed está livre para cortar os juros e ajudar na retomada do crescimento americano, que vem sofrendo com a guerra comercial entre o país e a China.

O dado eleva as expectativas pela fala do presidente do Fed, Jerome Powell, nesta tarde, por volta das 15h, que pode dar alguma indicação sobre a trajetória dos juros por lá.

Além da expectativa de entrada de capital no Brasil, com o possível corte nos juros americanos, os investidores também se antecipavam ao aumento esperado de fluxo com os IPO (Oferta Públicas Iniciais), operações que marcam a entrada de novas empresas na Bolsa. A Vivara vai listar suas ações já nesta quinta (10). Banco BMG e a rede varejista C&A são esperados para o dia 28. As operações devem atrair novos investidores ao país.

Guerra comercial: acirramento

A cautela, porém, segue no radar do mercado, depois que a guerra comercial ganhou novos desdobramentos negativos às vésperas de retomada das negociações entre EUA e China.

O Departamento do Comércio americano informou nesta segunda à noite que restringirá as empresas de exportar produtos fabricados nos EUA para mais 28 empresas e organizações chinesas, das quais 8 são gigantes tecnológicas, e a China já sinalizou que pode retaliar.

As empresas e organizações são acusadas de estarem envolvidas em violações dos direitos humanos contra minorias muçulmanas.

A China sinalizou que deverá contra-atacar. “Fiquem atentos”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China. “A China continuará a tomar medidas firmes e vigorosas para proteger resolutamente a soberania nacional, os interesses de segurança e desenvolvimento”, acrescentou.

Reforma da Previdência

Também há expectativa com a reunião dos governadores com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em Brasília, que ocorrerá nesta terça para tentar um acordo que possa destravar o impasse da divisão dos recursos do leilão do excedente do pré-sal, a chamada cessão onerosa. A briga entre Câmara e Senado está travando o avanço da votação em segundo turno da reforma da Previdência, que atrasou duas semanas está agora prevista acontecer na semana do 22 de outubro.

Os senadores querem a garantia do governo que os Estados fiquem com 15% dos recursos, mesma parcela dos municípios. Há indicação de que o relator da proposta na Câmara vai sugerir que a fatia das prefeituras aumente para 20%, e as dos Estados caia para 10%.

Também não agrada aos governadores do Sul/Sudeste, o texto da proposta que privilegia, na divisão, Estados com menor renda per capita, ou seja, do Norte/Nordeste. Eles passaram a pressionar suas bancadas para mudar o critério de distribuição do dinheiro.

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