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Em dia D da reforma da Previdência e Europa negativa, dólar sobe nesta terça

Cautela domina a negociação da moeda americana no 1º dia de outubro e início do quarto trimestre

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Votação da reforma no Senado concentra as atenções nesta terça, quando se inicia um feriado de uma semana na China–Foto: Pixabay

O dólar iniciou os negócios nesta terça-feira, 1º dia de outubro e início do quatro trimestre de 2019, em alta, com o mercado cauteloso à espera da votação da reforma da Previdência e em meio à divulgação de novos dados econômicos negativos da Europa. A liquidez mundo afora deve ser reduzida nesta semana devido ao Golden Week, feriado de uma semana, que fecha os mercados da China, desta terça até dia 7.

Pelas 9h20, a moeda dos EUA era negociada em R$ 4,163 com alta de 0,19%, depois de fechar setembro com ligeira alta de 0,31%.

O foco do dia é a reforma da Previdência, depois do adiamento inesperado na semana passada.

A expectativa é de que o texto, que muda as regras para aposentadoria e contribuição ao INSS, seja aprovado na Comissão de Constituições e Justiça (CCJ) do Senado, cuja sessão será aberta às 10h, sendo encaminhado ainda na tarde desta terça-feira para a votação em primeiro turno no plenário da Casa, prevista para começar às 16h.

A votação que parecia apenas uma formalidade tornou-se motivo de preocupação. Os investidores estarão atentos à possibilidade de mudanças na proposta que possam desidratar a economia prevista para os cofres públicos em dez anos que está em R$ 870 bilhões.

O senador o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), alertou para o risco de dois destaques que passaram com votação apertada na primeira vez.

“Temos que ficar atentos a 2 destaques que passaram por placar muito apertado na CCJ, que é a questão da aposentadoria especial e a questão do abono salarial. Esses 2 destaques foram decididos por 1 voto, então a gente precisa trabalhar”, disse Bezerra.

Senadores da oposição já sinalizaram que querem apresentar uma emenda em plenário para excluir as novas regras de abono salarial (benefício será pago apenas para quem ganha até R$ 1.364,43 por mês) e manter as atuais (até dois salários mínimos). Se a nova regra cair no Senado, a reforma previdenciária perderá R$ 76,4 bilhões.

Os partidos de oposição querem ainda acabar com a exigência de idade mínima para aposentadoria de trabalhadores expostos a agentes nocivos, que esvaziaria a proposta da Previdência em mais R$ 19,2 bilhões.

Com isso, ao invés dos R$ 870 bilhões, a reforma geraria uma economia de R$ 774 bilhões, longe dos desejados R$ 1 trilhão pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Em 4 de setembro, os senadores aprovaram o relatório sobre o texto-base da proposta.  Nesta 3ª, a análise será sobre o relatório sobre as emendas ao texto feitas em plenário. O relator Tasso Jereissati (PSDB-CE) optou por rejeitar 76 das 77 sugestões de mudança ao texto.

Enquanto aguardam o “dia mais importante do ano”, os negócios locais monitoram o ambiente externo. A Europa apresentou mais uma bateria de dados negativos, sinalizando que a região sofre o impacto da guerra comercial entre EUA e China. 

O índice de atividade da indústria (PMI) da zona do euro recuou pelo oitavo mês seguido, de 47 pontos em agosto para 45,7 em setembro, para o menor nível em sete anos. Já o PMI industrial da Alemanha caiu para o menor nível em mais de dez anos, de 43,5 pontos em agosto para 41,7 em setembro. Valores abaixo de 50 pontos sugerem contração da atividade.

*Com Bom Dia Mercado

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