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Economista que mais acerta agora vê dólar a R$ 4 e PIB a crescer menos de 2% em 2020

Novo relatório distribuído pelo banco UBS a clientes revê para baixo crescimento da economia brasileira e aumenta a projeção da cotação da moeda americana

Bárbara Leite

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Desaceleração econômica global foi um dos motivos que levou à revisão das projeções-Foto: Pixabay

A desaceleração econômica global, a crise na Argentina e problemas estruturais que travam o investimento estrangeiro no Brasil, levaram Tony Volpon, economista-chefe do banco suíço UBS e o profissional que mais acerta projeções, a rever para baixo a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) e a subir a estimativa para o dólar de 2019 e 2020.

Nas últimos três resultados do PIB trimestral, a aposta de Volpon foi a mais acertada entre cerca de cem analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC).

Para o dólar, a nova projeção para o fim do ano é de R$ 4 tanto para 2019 e 2020, contra previsão anterior de R$ 3,80 e R$ 3,75, respectivamente, segundo o relatório distribuído nesta quarta (28) a clientes, que também é assinado pelo economista Fábio Ramos.

No último Boletim Focus, divulgado nesta segunda (26), a estimativa para a moeda americana, com a média das projeções para o fim de 2019, estava em R$ 3,80.

Segundo eles, o real está deixando de ser atrativo para investidores de risco, e isso leva a uma maior desvalorização da moeda.

A previsão para o crescimento do PIB foi reduzida de 1% para 0,8% para este ano. No ano que vem, o corte foi mais forte, e saiu dos anteriores 2,2% para 1,5%. Se confirmado, será o quarto ano em que a economia brasileira não cresce mais de 2% ao ano.

“Estamos fazendo uma revisão mais substancial da nossa previsão para 2020, de 2,2% a 1,5%. Estamos aqui colocando, de um lado, fatores externos e, de outro, o impacto positivo do processo de reformas em andamento, a política monetária e o fortalecimento dos condições financeiras. Nossa previsão leva em consideração um possível aperto das condições financeiras globais”, diz o relatório.

Segundo o UBS, a redução dos desequilíbrios macroeconômicos e a aprovação de várias reformas não foram suficientes para elevar as taxas de crescimento em relação ao níveis observados nos últimos três anos. Eles lembram que a “recessão” de investimento continua. Embora os investimentos tenham voltado a partir de 2017, houve uma queda de 30% que ainda não foi recuperada até agora, apontou.

Os analistas não veem, porém, que o Brasil esteja enfrentando um cenário de “estagnação secular”, caso as reformas (Previdência e tributária) sejam implementadas.

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