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Dólar vai a R$ 4,14 e Bolsa cai 1,27% com exterior, BTG, pesquisa CNT e polêmica política

Pregão foi negativo nesta segunda-feira puxado por fatores internos; moeda se manteve no maior nível em quase um ano e Ibovespa caminhou para os 96 mil pontos

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Emergentes continuam sendo pressionados pela guerra comercial entre EUA e China-Foto: Pixabay

Após abrir em queda, o dólar comercial emendou a terceira valorização consecutiva, fechando, nesta segunda-feira (26), em alta de 0,37%, a R$ 4,14, se mantendo no maior valor desde 18 e setembro de 2018. No pior momento do pregão, a moeda chegou a R$ 4,164.

Já o Ibovespa, que esteve na contramão do resto das Bolsas do exterior, terminou em queda de 1,27% nos 96.429 pontos.

Os mercados emergentes continuam sendo pressionados com a guerra comercial entre EUA e China, que teve novos capítulos nesta segunda-feira (26). O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que vai voltar a negociar com os chineses e sinalizou adiar a imposição de novas taxas, um dia depois de ter lamentando não ter aumentando mais as tarifas à China no anúncio de sexta-feira (23).

E a China, por seu lado, se mostrou aberta para acabar com a escaladas das tarifas comerciais, mas negou ter contatado Trump para a reabertura de negociações neste domingo, desmentindo o presidente americano. Neste vaivém, o mercado não sabe o que pensar. Por enquanto, a posição lá fora é de um certo otimismo com a fala de Trump; por aqui, de cautela.

“O Trump já fez isso outras vezes, de elogiar, indicar que a negociação vai evoluir, mas depois não aconteceu nada. O investidor quer algo mais concreto”, disse ao Valor.com analista Luis Sales, da Guide Investimentos.

Um agravamento da guerra comercial entre as duas potências tende a prejudicar ainda mais o crescimento econômico mundial, afetando as economias globais, sobretudo as já frágeis economias dos países emergentes, como o Brasil.

Além da cautela com a escalada da guerra comercial, fatores internos explicam o mau humor dos mercados financeiros nesta segunda (26).

Maia na Lava Jato

Pela manhã, a fala de Jair Bolsonaro de uma possível acusação falsa contra pessoa importante do seu lado que estaria “para estourar” deixou os investidores alerta.

Antes do fechamento, foi divulgado pelo “Broadcast/Estadão”, que Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados e principal articular das reformas de Bolsonaro no Congresso, foi apontado pela Polícia Federal como envolvido em corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade eleitoral em caso da Odebrecht pela Operação Lava Jato.

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu 15 dias para que Raquel Dodge, procuradora-geral da República, decida se oferece denúncia ou não contra Maia.

Reprovação a Bolsonaro quase que dobra

Também a queda de popularidade de Bolsonaro, segundo a pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta segunda-feira (26), trouxe mais pessimismo ao mercado.

O levantamento mostrou um salto da desaprovação ao desempenho pessoal do presidente Bolsonaro, que está em 53,7% em agosto, contra 28,2% em fevereiro.

A pesquisa também apontou que a aprovação pessoal do desempenho do presidente caiu para 41%, ante 57,5% em fevereiro.

Segundo a CNT/MDA, a avaliação positiva do governo Bolsonaro é de 29,4%, ante 38,9% em fevereiro. O percentual dos que têm uma avaliação negativa da gestão é agora de 39,5%, contra 19% em fevereiro. Os que avaliam o governo como regular são 29,1%, ante 29%, apontou a pesquisa.

A pesquisa do instituto MDA, para a Confederação Nacional do Transporte (CNT), ouviu 2.002 pessoas, entre quinta-feira (22) e domingo (25). A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.

Os incêndios na Amazônia terem ameaçado o acordo entre a União Europeia e o Mercosul também são outro fator que trouxe incerteza aos mercados brasileiros.

BTG Pactual: denúncia divulgada faz ações tombarem 18,48%

A Bolsa brasileira, a B3, também sentiu a denúncia divulgada contra o BTG Pactual, que fez as ações do banco fecharem com queda de 18,48%. No pior momento, os papéis chegaram a cair 28%.

A acusação vem na esteira de novos desdobramentos da operação da Polícia federal, realizada na última sexta-feira (23). Naquela ocasião, o presidente do banco de investimento, André Esteves, foi alvo de um mandato de busca e apreensão em sua residência.

Segundo o portal “O Antagonista”, o informante teria indicado como o banco de investimento mantinha uma espécie de “Departamento de Operações Estruturadas” dedicado à lavagem de dinheiro. A PF teria obtido a denúncia entre final de junho e começo de julho de 2016.

BC continua atuando para segurar divisa

Nesta segunda-feira, o Banco Central (BC) conseguiu colocar os US$ 550 milhões de dólares à vista no mercado e negociou mais 11 mil contratos de swap cambial reverso, o equivalente à compra de dólares no futuro.

Com as operações, a autoridade visa aumentar a liquidez disponível no mercado, e dessa forma, evitar uma alta maior do dólar.

Na semana passada,o BC anunciou que vai despejar mais US$ 11,6 bilhões no mercado em setembro.

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