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Dólar despenca quase 8 centavos e vai a R$ 4,10 em pregão de euforia com exterior e Previdência

Moeda americana se afastou de vez dos níveis máximos da história que rondava no início da semana; divisa pode cair a R$ 4,05, nesta semana, se EUA ajudarem, diz diretor da Wagner Investimentos

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Moeda americana encerrou nos R$ 4,105, com queda de 1,79%–Foto: Reprodução

O dólar se afastou de vez do patamar recorde da história na era do Real, que rondou nesta semana, e em um pregão de euforia total com o exterior e reforma da Previdência, despencou 1,79% ou quase oito centavos, encerrando nos R$ 4,105. Nesta semana, a moeda dos EUA, chegou a fechar acima dos R$ 4,18, em meio a temores de uma recessão global e sem novidades sobre o andamento das reformas do governo.

No melhor momento do pregão, o dólar até chegou a cair abaixo da marca dos R$ 4,10.

“É possível que o dólar caia a R$ 4,05 nesta semana, mas a queda vai depender do relatório de emprego dos EUA (Payroll) e do discurso do presidente do Fed (BC dos EUA), Jerome Powell, na sexta-feira. E do Trump não tuitar em favor do aumento da guerra comercial com a China”, disse José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos.

O Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, também contagiada pelo bom humor geral, terminou com alta de 1,52%, nos 101.200 pontos.

Tudo correu bem nesta quarta. O globo inteiro trouxe notícias favoráveis. A China anunciou dados positivos no setor de serviços, sinalizando que a economia cresce mesmo em meio à guerra comercial com os EUA, diminuindo as chances de uma recessão por lá.

O indicador da atividade no setor de serviços chinês se expandiu no ritmo mais rápido em três meses em agosto. Houve um crescimento de novos pedidos, o que levou ao maior aumento de contratações em mais de um ano, mostrou uma pesquisa privada.

Outro foco que preocupava o mercado também teve um “final feliz” nesta quarta. Hong Kong decidiu revogar a lei de extradição, que era alvo de protestos no país nos últimos três meses, manifestações vistas com apreensão pelo potencial de elevar a tensão entre EUA e China.

O presidente do Fed (Banco Central dos EUA) de Nova York, John Williams, também ajudou. Em um discurso em Nova York, Williams disse que “a inflação baixa é realmente o problema desta época” e que “embora ainda não tenha havido uma mudança dramática nos números gerais, o quadro mais detalhado que surgiu no verão deste ano apontou para uma perspectiva de desaceleração do crescimento”.

Ou seja, o membro do BC dos EUA sugere que o órgão está mais preocupado com a fraqueza da economia, sinalizando que o órgão deve cortar novamente os juros na reunião de 18 de setembro, corte esse que tende a favorecer o Brasil, já que, normalmente, uma parte do capital sai dos EUA para buscar ativos, mesmo mais arriscados, que paguem um juro mais alto.

A Europa, que também vinha assombrando o humor, deu avanços positivos, como o acordo para formar um novo governo na Itália e a lei aprovada pelo parlamento britânico que proíbe a saída do Reino Unido da União Europeia, no chamado Brexit, sem um acordo sobre os termos do “divórcio” com o bloco, como defendia o novo premiê Boris Jonhson.

Uma saída brusca, prevista para 31 de outubro, poderia gerar caos no mundo financeiro europeu, e respingar no resto do planeta

Internamente, a aprovação do texto-base da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado também animou os investidores, principalmente, os estrangeiros que ainda não acreditam que o Congresso vai aprovar as mudanças previdenciárias.  

O novo parecer do relator Tasso Jereissati (PSDB-CE) , apresentado à comissão trouxe algumas novas concessões, mas a economia prevista, de R$ 962 bilhões, ante os R$ 990 bilhões na semana passada, ainda está acima do projetado na proposta aprovada pela Câmara dos Deputados, de R$ 933,5 bilhões.

Os investidores veem na reforma a forma do país retomar investimentos e voltar a crescer.

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