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Dólar despenca a R$ 3,92 apesar de Trump e com avanço da Previdência e dados chineses

Moeda dos EUA tem dia de trégua com dados mais favoráveis da economia chinesa e avanço da reforma previdenciária

Bárbara Leite

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Nesta semana, dólar chegou a tocar nos R$ 3,99-Foto: Agência Brasil

(Publicado às 14h13; atualizado às 18h)

Depois de dias pressionado, o dólar, finalmente, dá uma trégua nesta quinta-feira (8), refletindo o cenário doméstico positivo, com o avanço da reforma da Previdência, e um alívio geral no exterior, após dados da economia chinesa. Nem as acusações nesta tarde, via Twitter, do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Fed (banco central dos EUA) tiraram o ânimo dos investidores.

Pelas 16h, a moeda dos EUA era negociada a R$ 3,924 com queda de 1,29%. No fechamento, a divisa ficou nos R$ 3,927 a cair 1,21%. Nesta semana, com o aumento de receio de uma desaceleração econômica à escala global, a divisa chegou a tocar nos R$ 3,99.  O Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, fechou com alta de 1,30% para 104.115 pontos.

“Há um alívio generalizado, com uma arrefecimento da guerra comercial entre EUA e China. Nem esse tuíte do Trump foi capaz de derrubar as Bolsas. Aqui o dólar cai com o recuo do risco-Brasil, após o avanço da reforma da Previdência. Todo o mundo está tranquilo. O consenso é que a reforma vai ser aprovada. A abertura em alta das Bolsas em Nova York acabou ampliando a queda do dólar”, disse Pablo Spyer, diretor de operações da corretora Mirae Asset.

Dados durante a noite mostraram que as exportações da China subiram 3,3% em julho, enquanto as importações caíram 5,6% no ano, o que foi menor do que o esperado. Os dados indicam que a guerra de tarifas com os EUA está impactando menos, reduzindo as preocupações de que o país inicie uma guerra cambial para deixar sua moeda mais atrativa.

Além disso, autoridades chinesas também fixaram o valor diário do yuan nesta quinta em um nível mais firme do que muitos esperavam, sinalizando intenção de estabilizar a queda da moeda.

Nesta semana, Trump acusou a China de “manipulador cambial”, alegando que o país estava desvalorizando sua moeda artificialmente para obter vantagens comerciais competitivas diante de uma nova rodada de tarifas anunciadas na quinta passada (1º). Com o yuan mais fraco, os preços dos produtos chineses ficam mais baratos para os americanos. O país asiático negou a manipulação e vem demonstrando ao longo da semana que não está confortável com o recuo exagerado da sua moeda.

O Trump voltou a criticar o Fed, dizendo que a autoridade é culpada pela valorização da moeda. Divisa mais forte deixa as exportações para a China mais caras. Em uma série de tuítes, Trump criticou o Fed porque, “com suas altas taxas de juros, mantêm um dólar alto”.

“Como seu presidente, qualquer um poderia pensar que estou feliz por nosso dólar forte. Eu não estou!”, afirmou o presidente.

No cenário doméstico, a aprovação definitiva na noite desta quarta-feira (7) da reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados veio confirmar as expectativas e ajuda a animar o mercado de câmbio e de ações. As mudanças são vistas como essenciais para equilibrar as contas públicas, o que tende a atrair investimentos ao país e a liberar o orçamento para obras de infraestrutura.

Nesta quinta, o texto já chegou ao Senado e a previsão é que seja aprovada até outubro.

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