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Dólar cai com Trump e BCE, mas Previdência preocupa; possível acordo EUA-China puxa Bolsa

Notícias de alívio da guerra comercial e de estímulos à economia dos países do euro animam, nesta quinta, o mercado, que segue atento ao andamento da aprovação da reforma previdenciária

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Otimismo reflete notícia que os EUA costuram um acordo provisório para acalmar opinião pública–Foto: Pixabay

(Publicado às 15h56: atualizado às 19h40)

O dólar fechou nesta quinta-feira (12) em queda, embalado pelo anúncio de Donald Trump, presidente dos EUA, de que adiou as tarifas à China em “gesto de boa vontade”, e pela divulgação de estímulos à economia da Zona do Euro pelo Banco Central Europeu (BCE). Mas a notícia de que a votação em primeiro turno da reforma da Previdência não vai acontecer mais na semana que vem, retirou, porém, o ímpeto de recuo inicial da moeda dos EUA.

A divisa americana terminou R$ 4,060, com queda de 0,11%, depois de ter despencado a R$ 4,295 na abertura. O dólar também chegou a negociar, durante um período curto, em alta.

Já o Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, estava pujante avançou 0,89% nos 104.70 pontos.

Além dos anúncios de Trump e do BCE, o indicador do mercado de ações reagiu à notícia da Bloomberg de que os EUA estariam para fechar um acordo comercial provisório com a China, que poderia adiar e até reverter algumas tarifas dos EUA pela primeira vez em troca de compromissos chineses em propriedade intelectual e compras de produtos agrícolas americanos.

A Bloomberg cita cinco fontes conhecedoras das negociações. O possível acordo dos EUA reflete preocupações dentro da Casa Branca sobre a recente escalada de tarifas e seu impacto econômico nos EUA que entram no ano eleitoral. Pesquisas mostram que a guerra comercial não é popular entre muitos eleitores e os agricultores estão cada vez mais irritados com os preços baixos das commodities, segundo a agência.

A administração Trump, entretanto, negou o acordo.

Representantes dos dois países marcaram uma nova rodada de negociações para outubro. Antes do encontro, em um sinal de “boa vontade”, Trump anunciou, nesta quarta (11) à noite, que adiou a imposição de novas tarifas previstas sobre US$ 250 bilhões de produtos chineses de 1º para dia 15 de outubro, no mesmo dia em que a China divulgou que, vai isentar, a partir do próximo dia 17, tarifas que incindiam sobre 16 produtos americanos.

BCE confirma estímulos à enfraquecida economia do euro

Além do alívio da guerra comercial, o mercado também estava otimista com a confirmação, na manhã desta quinta, de que o BCE vai mesmo estimular a enfraquecida economia dos países do euro.

A autoridade monetária reduziu, pela primeira vez desde março de 2016, sua taxa de depósito, que remunera o dinheiro depositado pelos bancos na instituição, uma medida para estimular a economia tão esperada pelos mercados. A taxa de depósito, que já era negativa, passou de -0,40% para -0,50%.

Prometeu ainda que as taxas permaneceriam baixas por mais tempo e disse que reiniciaria as compras de títulos a um ritmo de € 20 bilhões por mês a partir de 1º de novembro.

Logo após o anúncio do BCE, Trump aproveitou a oportunidade para criticar o Fed (banco central dos EUA) e foi ao Twitter comentar a decisão do BC europeu. “O BCE age rapidamente e corta juros em 10 pontos. E o Fed fica parado”, alfinetou o presidente, que nesta semana defendeu “juro zero” na política monetária do BC americano. “Eles estão tentando, e conseguindo, depreciar o euro contra o dólar”, completou Trump.

E, com esse pacote cresce a expectativa em relação à decisão do Fed.

O BC americano divulgará na semana que vem sua decisão sobre o rumo dos juros , e há a expectativa de que também adote alguma medida para estimular a economia local–o mercado aposta em mais um corte de juros nos EUA, dando continuidade ao movimento da reunião anterior, em julho.

Serviços acima do esperado: economia melhor no 3º trimestre

Por aqui, o mercado também se animou com os dados do IBGE sobre os serviços, que vieram muito melhores que o esperado.

O setor cresceu 0,8% em julho, acima dos 0,1% previstos, no melhor mês de julho em oito anos, indicando que a economia brasileira teve um bom início de terceiro trimestre.

Adiamento da votação da reforma da Previdência em primeiro turno

A força do real, porém, não é tão forte nesta quinta, depois das informações dadas pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), nesta quarta (11) à noite, de não há nenhuma hipótese de votação em plenário do texto principal da reforma da Previdência (PEC 6/2019) na próxima semana.

Ele explicou que, em acordo com os líderes partidários, ficou estabelecido que a votação da matéria em primeiro turno será no próximo dia 24. Anteriormente, ele articulava para que a votação acontecesse ainda nesta semana, depois falou que seria no dia 18 e agora, adiou mais uma semana.

Os investidores estrangeiros continuam preocupados com a aprovação da reforma, e enquanto ela não for concluída estão de pé atrás com o Brasil. Para eles, as mudanças previdenciárias são essenciais para o controle das contas públicas e para o país retomar o crescimento sustentável.

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