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Dólar cai com baixa liquidez por feriado nos EUA e ajuste após ‘exagero’ de sexta

Moeda americana terminou nos R$ 4,143, uma queda de 0,61%, com menos negócios e realização de lucros depois do salto de 1,83% no último pregão; lá fora, incertezas sobre guerra comercial entre EUA e China impuseram cautela

Bárbara Leite

Publicado

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Na semana passada, dólar acumulou alta de 4,34%, a maior em 14 meses–Foto: Pixabay

(Publicada às 14h28; atualizada às 17h50)

O dólar fechou nesta segunda-feira (11) em queda, em meio à baixa liquidez, por conta do feriado do Dia dos Veteranos nos EUA, e ao movimento de ajuste após forte alta na última sexta-feira (8), dia em que o presidente dos EUA, Donald Trump, negou intenção de remover as tarifas sobre os produtos da China, condição para o fim da guerra comercial, e o ex-presidente Lula foi solto.

A moeda americana terminou nos R$ 4,143, com queda de 0,61%, após alta de 1,83% na sexta, que deixou a divisa nos R$ 4,168. No melhor momento do pregão, o dólar recuou a R$ 4,139.

Na semana passada, a divisa dos EUA acumulou valorização de 4,34%, a maior em 14 meses, muito por conta da frustração com os leilões do pré-sal devido à fraca participação de empresas estrangeiras, além das incertezas sobre a guerra comercial e ruídos políticos.

“O dólar está caindo naturalmente depois do exagero da última sexta-feira. É um movimento natural de realização de lucros depois de terem exagerado sem nenhuma razão que tenha fundamento”, disse Pablo Syper, diretor da Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.

Para Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital, “o fato do feriado nos Estados Unidos trazer pouca liquidez para o mercado é um fator determinante. Hoje a gente não vai ter parâmetro. A gente só vai sentir qual é a do câmbio para valer a partir de amanhã, quando voltar o mercado americano”.

De acordo com José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos, a libertação de Lula, beneficiado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de considerar inconstitucional a prisão após segunda instância, trouxe volatilidade ao mercado, uma vez que há dúvidas sobre o andamento das reformas em meio aos comícios que o ex-presidente irá fazer pelo país, que começará no próximo domingo no Recife. Além disso, diz, o STF pode julgar agora em novembro a suspeição de Moro, que poderá culminar na anulação da pena de Lula, que estaria livre do processo do triplex. Também há algum risco de novo questionamento da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, acrescentou.

Faria Júnior destaca que o mercado aguarda a promulgação da reforma da Previdência nesta terça (12) e a votação da PEC paralela da reforma da Previdência no Senado, assim como o lançamento do emprego verde-amarelo (pacote para aumentar os postos para os jovens e maiores de 55 anos) e a reforma administrativa.

No cenário internacional, os mercados reagiram com cautela à fala de Trump, no sábado (9), que sinaliza dúvidas quanto à assinatura da primeira fase do acordo entre EUA e China. O presidente americano disse que as negociações comerciais com a China estavam seguindo “muito bem”, mas que os EUA só fechariam um acordo com Pequim se esse fosse o negócio certo para os americanos.

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