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Dólar cai abaixo de R$ 4,08 com alívio saudita, Trump e Fed; Bolsa sobe quase 1%

Otimismo voltou ao mercado financeiro com boas notícias sobre a guerra comercial entre EUA e China, produção petrolífera e decisão de juros americanos; aéreas recuperaram parte das perdas da véspera

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Ações do setor financeiro se destacaram nesta terça na B3-Foto: Pixabay

O dólar fechou com queda nesta terça-feira (17), depois de oscilar entre altas e baixas no pregão, em meio a alívio proporcionado por notícias de que a produção de petróleo da Arábia Saudita se recuperará totalmente até ao fim do mês e com o aumento das apostas de que o Fed (banco central dos EUA) vai cortar suas taxas de juros nesta quarta-feira (18). O anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de que pode fechar um acordo comercial com a China antes das eleições também animou o mercado.

No fechamento, a moeda americana caiu 0,31% para R$ 4,078, depois de ter disparado a R$ 4,112 na manhã desta terça (17). Já o Ibovespa, referência da Bolsa nacional, terminou nos 104.616 pontos, com alta de 0,90%, atingindo o maior patamar desde julho.

“O dólar caiu com o recuo do preço do petróleo, diante do arrefecimento da crise na Arábia Saudita. Mais no fim do pregão, o Trump sinalizando o fim da guerra comercial, também foi positivo”, disse Pablo Syper, diretor de operações da Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.

O otimismo veio com o anúncio de autoridades da Arábia Saudita de que já foi retomada, em dois dias, 50% da produção perdida pela Saudi Aramco nos ataques com drones sofridos neste sábado, que forçaram ao interrompimento de 5,7 milhões de barris de petróleo por dia, o equivalente a 6% do consumo mundial.

Segundo os responsáveis sauditas, a produção deve ficar totalmente normalizada até ao fim do mês, antes do esperado. Mais cedo, a Reuters, citando fontes conhecedoras das operações, dizia que a volta da produção aconteceria de duas a três semanas.

Um dia após os ataques, o mercado falava que a recuperação poderia levar até meses.

A queda na produção levou o preço do petróleo a disparar 14,6% nesta segunda (16), no maior aumento em quase 30 anos. Nesta terça, após as boas notícias, o petróleo caiu 6,5%.

Trump sinalizou acordo com a China

Outra notícia, que foi bem recebida pelo mercado, foi a dada por Trump, a bordo do avião Air Force One. A jornalistas, disse que poderia fechar um acordo, que pode pôr fim à guerra comercial entre EUA e China, antes da eleição presidencial de 2020. E voltou a dizer que se, o acordo vier após o pleito, as condições serão piores para a China.

Juros menores nos EUA são bons para o Brasil

A queda do preço do petróleo e perspectiva de retomada da produção em breve, teve impacto nas apostas de corte de juros pelo Fed nesta quarta. Havia receio de que a autoridade pudesse adiar o corte com a expectativa de alta da inflação diante da disparada do petróleo. As apostas de um corte da taxa em 0,25 ponto percentual subiram: a probabilidade implícita de redução subiu de 66% para 86,6%. Outro dado, porém, do CME Group indicava que o mercado estava dividido para a decisão desta quarta: 52,7% esperam uma estabilidade da taxa.

Reduções nos juros dos EUA tendem a atrair capital ao Brasil, com os investidores buscando ativos e países que gerem uma rentabilidade maior.


Bancos e aéreas sobem; Petrobras cai

O desempenho das ações do setor financeiro se destacaram na B3. Os papéis do Banco do Brasil subiram 1,39% , os do Bradesco avançaram 2,67% , enquanto o Itaú subiu 0,37%.

Já a Petrobras recuou 1,32% na esteira da queda do preço do petróleo. Na segunda, as ações da estatal subiram 4,52%.

Já os títulos da Azul e da Gol, devido ao tombo da cotação do barril, recuperaram perto das perdas da véspera e valorizaram 3,09% e 5,55% , respectivamente. A maior parte dos custos das companhias aéreas é com combustível. Na véspera, a Azul havia recuado 8,45% , enquanto a queda da Gol havia sido de 7,77%.

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