Economia Bárbara
  

Seu Bolso

Dólar cai a R$ 4,15 com dados do emprego dos EUA e decisão da China

Moeda americana emenda quinto dia de queda nesta sexta (6), após a divulgação do Payroll e da informação de que os chineses vão isentar parte da soja e carne de porco americanas

Bárbara Leite

Publicado

em

Na semana passada, o dólar bateu recorde histórico em R$ 4,259–Foto: Pixabay

O dólar emenda o quinto dia de queda nesta sexta-feira (6), impulsionado pelo Payroll, relatório do mercado de trabalho americano, divulgado nesta manhã, que trouxe números melhores do que o esperado, afastando de vez os receios de uma recessão, e a decisão da China de isentar parte das tarifas sobre soja e carne de porco dos EUA.

Com os anúncios, a aversão ao risco cai e os investidores deixam de se refugiar no dólar para onde “correm” em momentos de incerteza.

Pelas 15h22, a moeda americana era negociada em R$ 4,154, com uma baixa de 0,83%, depois da semana passada ter alcançado a marca de R$ 4,259, novo recorde da história.

Um dos fatores que animou o mercado nesta sexta foi o Payroll, que mostrou que os EUA criaram 266 mil empregos em novembro, acima dos 183 mil previstos. A taxa de desemprego ampla caiu de 7% para 6,9% e o ganho médio salarial real por hora subiu 0,1% em relação ao ano anterior.

Leia também: Dólar cai a R$ 4,20; novos fatores podem deixar moeda mais perto de R$ 4 do que de R$ 4,30

Os dados afastam o temor dos investidores de que a guerra comercial com a China pudesse fazer a economia americana entrar em recessão. A geração de empregos acima do esperado sinaliza que o país e as empresas estão crescendo, e por isso, abrem novos postos de trabalho. Mas ainda assim a pujança não está gerando inflação.

Traduzindo: o dado faz os investidores terem menos receio de investir em mercado emergentes, como o brasileiro, e sinaliza que o Fed (Banco Central dos EUA) vai deixar os juros inalterados por mais tempo, não precisando de subir as taxas, uma vez que o crescimento da economia não está puxando a inflação. E isso é boa notícia para o real também, uma vez que juros mais altos nos EUA tendem a ser prejudiciais ao Brasil, já que, nesse cenário, os investidores preferem investir por lá do que trazer os seus dólares para aqui.

China faz gesto de ‘paz’

Outro motivo para o bom humor é a divulgação pelo ministério das Finanças da China de que o país vai isentar de tarifas parte da soja, da carne de porco e de outras commodities (matérias-primas) importadas dos EUA.

O aceno chinês é visto como um passo para a conclusão da primeira fase do acordo entre EUA e China para acabar com a guerra comercial que tem afetado os mercados financeiros, as cadeias de oferta e o crescimento econômico global.

Leia também: Trump: pode ser melhor esperar até depois das eleições de 2020 para um acordo com a China

Em comunicado, o ministério chinês não indicou os volumes desses produtos americanos que ficarão isentos de tarifação.

A China adotou tarifas de 25% sobre soja e carne de porco americanos em julho de 2018 como uma represália às tarifas impostas por Washington devido a alegações de que os chineses roubam e forçam a transferência de propriedade intelectual dos EUA a empresas chinesas.

‘Sem fluxo, dólar não baixa de R$ 4,15’

Para José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos, “enquanto não aumentar o fluxo para o Brasil, o dólar não baixa de R$ 4,15”.

Segundo ele, impede uma maior queda da moeda o fato dos investidores estrangeiros ainda estarem “muito comprados” no mercado futuro de dólar. Na posição comprada, o investidor ganha com a alta da moeda americana. Ou seja, para o estrangeiro é positivo que o dólar esteja elevado.

O diretor da Wagner Investimentos prevê que o “fluxo pode começar a melhorar em meados deste mês com o fim de grande parte das remessas das multinacionais ao exterior”.

Publicidade
Subscreva nossa Newsletter!
Cadastre seu e-mail para receber nossa Newsletter com dicas semanais.
Invalid email address

Mais Lidas