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Queda de popularidade e fala de Bolsonaro levam dólar a tocar em R$ 4,15; Ibovespa cai

Moeda dos EUA, depois de cair forte na abertura, passou a subir, com aversão ao risco global e notícias negativas envolvendo o presidente

Bárbara Leite

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Em agosto, dólar sobe mais de 8%, só abaixo do salto do peso argentino-Foto: Reprodução

Após abrir em forte queda, o dólar virou e passou a subir nesta segunda-feira (26), com o mercado repercutindo, além da escalada da guerra comercial, a fala de Jair Bolsonaro de possível acusação falsa contra pessoa importante do seu lado que estaria “para estourar” e aumento da desaprovação ao desempenho do presidente em pesquisa da CNT/MDA.

Na abertura, a moeda dos EUA chegou a cair a R$ 4,108, mas a meio da manhã começou a subir e, pelas 12h52, era negociada a R$ 4,149, com alta de 0,58%. No acumulado de agosto, o dólar tem alta de 8,19% contra a moeda brasileira, menor apenas que a do peso argentino (25,75%) entre as divisas comparáveis. 

Já o Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, ia na contramão das Bolsas no exterior e recuava 0,77% para 96.913 pontos.

“O dólar abriu numa baixa forte, num ajuste a um movimento de sexta, e reverteu rapidamente a queda num ambiente de aversão ao risco total, com a volatilidade elevada devido com a escalada a guerra comercial. O Ibovespa está destoando das Bolsas de Nova York devido à pressão política”, disse Pablo Spyer, diretor de operações da corretora Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.

O mercado continua pressionado com a guerra comercial, que teve novos capítulos nesta segunda-feira (26). O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que vai voltar a negociar com os chineses e sinalizou adiar a imposição de novas taxas um dia depois de ter lamentando não ter aumentando mais as tarifas à China no anúncio de sexta-feiran (23). E a China, por seu lado, se mostrou aberta para acabar com a escaladas das tarifas comerciais, mas negou ter contatado Trump para a reabertura de negociações neste domingo, desmentindo o presidente americano. Neste vaivém, o mercado não sabe o que pensar. Por enquanto, a posição lá fora é de um certo otimismo com a fala de Trump.

“O receio com o cenário político também está no radar. Após a fala de Bolsonaro dizendo que ‘está para estourar’ um problema’ e com a pesquisa da CNT mostrando uma queda da popularidade do presidente”, explicou Spyer.

Pela manhã, Bolsonaro, à porta do Palácio da Alvorada, disse que “está para estourar” acusação falsa contra pessoa importante que está ao seu lado. O mercado especula se a nova polêmica envolverá um parente ou ministro do presidente.

Desaprovação a desempenho de Bolsonaro quase que dobra

Também mais cedo nesta segunda saiu a nova pesquisa de pesquisa CNT/MDA que mostrou um salto da desaprovação ao desempenho pessoal do presidente Bolsonaro, que está em 53,7% em agosto, contra 28,2% em fevereiro.

O levantamento também apontou que a aprovação pessoal do desempenho do presidente caiu para 41%, ante 57,5% em fevereiro.

Segundo a pesquisa, a avaliação positiva do governo Bolsonaro é de 29,4%, ante 38,9% em fevereiro. O percentual dos que têm uma avaliação negativa da gestão é agora de 39,5%, contra 19% em fevereiro. Os que avaliam o governo como regular são 29,1%, ante 29%, apontou a pesquisa.

A pesquisa do instituto MDA, para a Confederação Nacional do Transporte (CNT), ouviu 2.002 pessoas, entre quinta-feira (22) e domingo (25). A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.

Os incêndios na Amazônia terem ameaçado o acordo entre a União Europeia e o Mercosul também são outro fator que traz incerteza aos mercados brasileiros.

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