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Brasil está preparado para a crise da Argentina, diz presidente do BC

Campos Neto diz que a volatilidade do dólar nesta segunda é sinal de que há polarização política

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Para Campos Neto, Brasil deve receber uma melhora na sua nota pela agências de risco-Foto: Agência Brasil

O Brasil está preparado para a crise na Argentina, disse o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em palestra na 20ª Conferência Anual Santander, evento promovido na sede da operação brasileira do banco espanhol, em São Paulo.

“Hoje é um dia desafiador. Temos a Argentina subindo juros e vendendo moeda no mercado, mas achamos que o Brasil está preparado para enfrentar crises”, afirmou.

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Ele classificou o dia como “desafiador” devido à volatilidade do câmbio causado pelo resultado das prévias eleitorais na Argentina. O dólar disparou pela manhã, passou a marca dos R$ 4, mas perdeu a força, e acabou fechado com alta de 1,06% a R$ 3,984. Alta no dólar tende a pressionar a inflação no Brasil, indicador que Campos levará em conta nas próximas decisões de continuar cortando ou não os juros no país.

Para Campos Neto, o sobe e desce do dólar no Brasil hoje é sinal de que a polarização política ao redor do mundo, evidenciada pelo resultado pré-eleitoral da Argentina, pode ainda trazer riscos a economias emergentes com a casa mais bem arrumada como o Brasil está hoje.

Campos Neto aproveitou para reforçar que as previsões de inflação do Brasil estão ancoradas com as expectativas do mercado, a taxa de juros Selic, em 6%, está no menor patamar da história. Com a aprovação da reforma da Previdência, o Brasil deve ter uma melhoria na nota do país pelas agências internacionais de avaliação do risco do crédito.

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“O CDS (Credit Default Swap, espécie de seguro contra inadimplência de um país) já corrobora com um upgrade da nota do Brasil”, disse Campos Neto.

A disparada do dólar ocorreu em reação à derrota do liberal Maurício Macri, atual presidente da Argentina, por 15 pontos de vantagem para o candidato da oposição, Alberto Fernández, que tem Cristina Kirchner como sua vice. indicando que o governista pode sair derrotado na eleição geral, marcada para 27 de outubro.

A vitória do candidato de esquerda traz receios de volta das políticas populistas ao país vizinho, que pode afetar as contas públicas do país e a inflação, aumento um risco de calote.

*Com agências

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