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Bolsas têm novo dia de alívio com balanços ‘afugentando’ receios do coronavírus

A Europa segue a Ásia (à exceção de Hong Kong, que só voltou nesta quarta de feriado), e negocia positiva, com os investidores se “refugiando” nos resultados das empresas, como Apple e Santander, para encontrar algum alívio; o noticiário do coronavírus segue no radar, com cancelamento de voos e aumento de mortos; em dia de Fed, câmbio aguarda fala de Powell; petróleo volta a subir

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Mercados seguem atentos ao noticiário do coronavírus: aéreas cancelam voos e empresas evitam viagens de funcionários–Foto: Reprodução

Após um dia de alívio para as bolsas de valores mundiais, os mercados dão sinais de que querem continuar as altas nesta quarta (29), se “refugiando” nos balanços das empresas para encontrar algum alívio, embora sigam vulneráveis ao noticiário do coronavírus.

Na Ásia, os mercados se recuperaram com um dia de atraso, à exceção de Hong Kong, que voltou de feriado e caiu 2,82%. A Bolsa japonesa avançou 0,71%. Na Austrália, alta de 0,53%. As Bolsas chinesas continuarão fechadas e voltam na segunda (3), por conta do feriado de Ano-Novo Lunar e ampliação do recesso devido ao surto.

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Os futuros dos índices das Bolsas americanas sobem ainda refletindo os números acima do esperado dos resultados da Apple no primeiro trimestre fiscal, terminado em 31 de dezembro de 2019. Hoje tem enxurrada de balanços por lá, como Tesla e Boeing, Facebook, McDonald’ s e General Electric.

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Pelas 9h, o futuro do Dow Jones subia 0,34%, enquanto o do S&P 500 avançava 0,32%.

Na Europa, também tudo positivo. A Alemanha negociava com valorização de 0,18%, França, 0,37%, Espanha, 0,65% e Reino Unido (0,16%).

Os futuros do Ibovespa, índice de referência da B3 (bolsa de valores do Brasil), subiam 0,18%, depois de somar alta de 1,74% na véspera nos 116.478 pontos. Nesta terça, o risco-país voltou a ficar abaixo de 100 pontos.

Lucro do Santander anima lá fora

No velho Continente, os resultados acima do esperado do banco Santander animavam.

Em todo o mundo, o banco espanhol registrou queda de 17% no lucro líquido de 2019, consequência da grande depreciação de sua filial britânica, prejudicada pela incerteza do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), mas com resultados positivos na América Latina, responsável por 46% do lucro global.

No entanto, o lucro líquido, que atingiu € 6,515 bilhões, superou as previsões dos analistas entrevistados pela agência de notícias financeiras Factset, que projetavam um resultado de € 6,27 bilhões.

No Brasil, o Santander reportou lucro líquido de R$ 3,726 bilhões no quarto trimestre de 2019, uma alta anual de 9,4%, um pouco abaixo das projeções de analistas consultados pelo Valor, de um ganho de R$ 3,739 bilhões.

Hoje é dia Fed

No câmbio, o foco é a decisão do Fed (banco central dos EUA), prevista para as 16h, e a entrevista coletiva do presidente Jerome Powell, às 16h30.

A projeção é que os juros permaneçam inalterados no intervalo entre 1,5% e 1,75% ao ano. Powell, mais uma vez, não deve atender os pedidos o presidente Trump, que, nesta terça (28), foi ao Twitter, novamente, exigir mais cortes nos juros.

“O Fed deveria ser esperto e cortar juros para tornar nossas taxas competitivas com outros países que pagam muito menos, mesmo que nós estejamos, de longe, no mais alto padrão. Desse jeito, focaríamos no pagamento e refinanciamento de dívidas! Quase não há inflação – e essa é a hora (com 2 anos de atraso)!”, escreveu Trump.

A expectativa é que Powell fale sobre a “fase 1” do acordo comercial entre EUA e China, um dos entraves ao crescimento da economia americana, e sobre o impacto do coronavírus nos preços dos ativos e da atividade econômica.

Nesta terça, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), identificou que a saída de estrangeiros da Bolsa brasileira, não é por fundamentos econômicos ou problemas políticos, mas porque eles estão achando os preços dos ativos brasileiros caros.

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O dólar tem vindo a subir por conta da falta de fluxo no país, bem como com a expectativa de novos cortes na taxa básica de juros, a Selic, hoje em 4,50% ao ano, que deixará menos atrativo a migração de capital dos EUA para cá. O mercado espera que a taxa recue a 4,25% na próxima quarta (5).

Aéreas suspendem voos para a China; mortes sobem a 132; empresas cancelam viagens de funcionários

No noticiário do coronavírus está o anúncio de várias companhias aéreas de reduzir ou mesmo suspender os voos para a China. A British Airways cancelou as viagens em janeiro e fevereiro. United Airlines, Air France, Ural, Lion Air, Cathay, Finnair e Air Macau, entre outras, também mudaram seus programas de viagens por conta da disseminação da doença.

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Nesta terça, a Starbucks admitiu impacto nas vendas com o surto e grandes empresas como HSBC e Facebook deixaram de mandar funcionários ao país asiático.

A China divulgou nesta terça que o número de mortos subiu a 132 e o de infectados passa de 6 mil.

Petróleo volta a subir

O petróleo Brent, referência para a Petrobras e negociado em Londres, segue em alta nesta quarta, e transacionava nos US$ 59,19, com avanço de 0,63% pelas 9h30.

O preço do barril avança pela segunda sessão, resistindo aos receios de uma diminuição da procura pela matéria-prima decorrente dos efeitos do vírus chinês na economia.

Na agenda desta quarta, tem ainda o Dia do Investidor do Goldman Sachs.

*Com agências

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