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Após ‘recuo’ de Trump, Bolsas árabes despencam e sinalizam 2ª-feira negativa no Brasil

Índices dos mercados de ações que abrem ao domingo fecharam hoje com tombos, um mau presságio para a reabertura dos principais centros financeiros

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Bolsas de Tel Aviv, do Dubai e da Arábia Saudita são das poucas que têm negociação aos domingos-Foto: Pixabay

As principais Bolsas de Valores árabes, que abrem ao domingo, fecharam hoje em queda, após o presidente dos EUA, Donald Trump, esclarecer que não havia sinalizado, mais cedo, na cúpula do G7 (grupo das sete maiores economias desenvolvidas no mundo), que estava arrependido de ter aumentado as tarifas comerciais sobre a China.

O índice de da Bolsa de Tel Aviv encerrou em baixa de 3,23% neste domingo (25); a principal referência da Bolsa da Arábia Saudita terminou com desvalorização de 2,42%, enquanto a Bolsa do Dubai recuou 1,92%.

O fechamento em queda nestas Bolsas árabes deixa um mau presságio para a abertura dos principais centros financeiros nesta segunda-feira (26). O recuo dos mercados de ações do Oriente Médio pode sinalizar mais um dia de pressão sobre o dólar ante o real e sobre a B3, a Bolsa brasileira. Na sexta-feira (23), a moeda dos EUA disparou 1,15% e terminou nos R$ 4,124, o maior patamar desde 18 setembro de 2018. O Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, fechou com queda de 2,34% nos 97.667 pontos, menor nível desde 6 de junho.

Neste domingo, jornalistas haviam interpretado a fala de Trump no G7 como um arrependimento de ter aumentado as tarifas à China na sexta-feira (23). “Foi perguntado ao presidente se ‘queria mudar de opinião sobre a guerra comercial com a China’, e sua resposta foi mal interpretada”, disse Stéphanie Grisham , uma porta-voz da Casa Branca. “O presidente Trump respondeu afirmativamente, (mas) porque lamenta não ter aumentado ainda mais as taxas”, afirmou.

Pouco antes, Trump deu a entender que flexibilizaria sua posição nesta questão. “Sempre penso duas vezes, sobre todos os temas”, havia dito.

O tombo dos mercados financeiros de sexta-feira foi uma reação à ameaça de Trump de impor mais tarifas à China, depois que o país asiático retaliou as taxas anunciadas sobre os produtos chineses para setembro.

O Ministério do Comércio da China informou na sexta de manhã que serão impostas tarifas adicionais de 5% ou 10% sobre um total de 5.078 produtos com origem nos EUA, no valor total de US$ 75 bilhões. Estão incluídos produtos agrícolas, petróleo, aviões de pequeno porte e carros americanos. Tarifas sobre alguns produtos entrarão em vigor já em 1º de setembro, e sobre outros em 15 de dezembro.

Após o fechamento do mercado, o presidente confirmou a ameaça e, pelo Twitter, disse que as tarifas sobre US$ 250 bilhões subirão de 25% para 30% a partir de 1º de outubro. E, além disso, as novas tarifas previstas para entrar em vigor em 1º de setembro sobre US$ 300 bilhões serão de 15%, e não mais de 10%.

O governo chinês, entretanto, ainda disse se vai retaliar a nova tarifação de Trump.

O agravamento da guerra comercial entre as duas potências tende a prejudicar ainda mais o crescimento econômico mundial, afetando as economias globais, sobretudo as já frágeis dos países emergentes, como o Brasil.

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