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Após encostar em R$ 4,22, dólar cai em dia de baixa liquidez

Na véspera de feriado, a moeda chega a subir mas terminou nos R$ 4,199, com queda de 0,17%; presidente do BC sinalizou não estar preocupado com a disparada da divisa; remessas ao exterior e turbulências no continente explicam a divisa em patamares recordes

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Moeda americana fechou nesta segunda na maior cotação da história–Foto:Pixabay

(Publicada às 10h27; atualizada às 19h27)

O dólar fechou nos R$ 4,199 com queda de 0,17%, depois de chegar a flertar com um novo recorde, nos R$ 4,216 pela manhã, e de ter encerrado na véspera nos R$ 4,206, maior cotação de fechamento da história.

Em mais um pregão de fraca liquidez devido ao feriado do Dia de Consciência Negra desta quarta-feira (20), que deixa os mercados fechados no Brasil, o mercado aguardou as declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que foi ouvido nesta manhã na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado, sobre possível intervenção da autoridade no mercado de câmbio.

Campos Neto sinalizou não estar preocupado com a disparada do dólar, que pode ser interpretado como uma negativa a uma atuação mais agressiva no câmbio. Na audiência, o presidente do BC, disse que a instituição se importa apenas em como o valor do câmbio afeta a inflação e que a desvalorização recente do real não influenciou as expectativas de inflação, citando um cenário de melhora da economia, melhora de percepção de risco e redução dos juros de longo prazo.

Na última vez que a divisa disparou perto dos R$ 4,20, no fim de agosto, a autoridade anunciou leilões para vender dólares à vista, operações que não ocorriam há cerca de uma década. As medidas visam injetar liquidez no mercado e assim amenizar a alta do dólar.

O chefe da autoridade monetária deu uma boa notícia aos investidores estrangeiros. Anunciou estar pronto o projeto para alterar a tributação do hedge cambial. Como já foi anunciado, a ideia da proposta é que os ganhos e perdas com hedge contratado por investidores de longo prazo em infraestrutura possam se compensar, de forma que a taxação só aconteça sobre um eventual ganho líquido, o que pode beneficiar a vinda de investidores estrangeiros.

Mais cedo, animou os investidores a notícia da Bloomberg de que a China e os EUA estariam calculando a quantidade de tarifas a serem retiradas na “fase 1” do acordo comercial, que pode ser celebrada ainda neste ano. Mas logo o presidente dos EUA, Donald Trump, jogou um balde de água fria no bom humor, dizendo que se não houver acordo as tarifas sobre a China vão disparar.

Com a idas e vindas sobre o acordo comercial, o dólar ante o real na casa dos R$ 4,20 é explicado pela sazonalidade e pelo mal-estar dos investidores com a América Latina.

“Estamos em um momento de muito fluxo sazonal, com empresas remetendo lucros ao exterior, aliado a uma grande crise de confiança”, explicou Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital sobre a disparada do dólar ante o real pela manhã.

Segundo Bergallo, a América do Sul está sendo penalizada como um todo, com as instabilidade políticas e sociais vividas no Chile e Bolívia.

Além disso, não há novas perspectivas de fluxo de entrada de capital após a frustração com os leilões do petróleo do pré-sal. O mercado agora aguarda as novas reformas para voltar ao país em meio às turbulências na região.

*Com Folha.com

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