Seu Bolso
Após cair a R$ 4,07, dólar vira no fim e sobe a R$ 4,11; Bolsa avança mais de 1%
Apesar de alívio externo e avanço da reforma da Previdência, moeda americana não resistiu e fechou em alta; Ibovespa, embalado por bancos, teve pregão positivo
Afinal o dia não acabou bem para o dólar. Após passar quase todo pregão em queda, reagindo ao alívio com a guerra comercial e ao avanço da reforma da Previdência, a moeda americana virou no fim e fechou em alta de 0,11% para R$ 4,11. No melhor momento do pregão, a moeda americana recuou a R$ 4,0704.
Já o Ibovespa manteve o otimismo e fechou em alta novamente, nos 102.243 pontos. O aumento de 1,03% foi puxado pelas ações de bancos. Os papéis do Itaú Unibanco fecharam com alta de 2,84%, os do Bradesco subiram 2,31%, enquanto os do Banco do Brasil avançaram 3,49%.
Pela manhã, o mercado se animava com o anúncio da véspera de que os EUA e China marcaram uma reunião para outubro, que pode pôr fim à guerra comercial, que tem enfraquecido economias e elevado os temores de uma recessão à escala global.
A conclusão da aprovação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado nesta quarta também ajudou a alimentar o sentimento positivo. Agora, a proposta precisa passar pela aprovação, em dois turnos, no plenário do Senado.
“Houve de novo um “flight to quality” (fuga do capital para qualidade) e um ajuste à queda brusca do dólar pela manhã. O investidor quer ver a reforma da Previdência aprovada”, segundo Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.
O investidor estrangeiro vem duvidando de que as mudanças na Previdência, que podem gerar economia de R$ 962 bilhões em dez anos aos cofres públicos, possam passar no Congresso. A reforma já foi aprovada pela Câmara e a previsão é que ela seja aprovada até 10 de outubro no Senado.
A divisa começou a reduzir a queda após a divulgação de dados acima do esperado da economia americana, que melhoraram o desempenho do dólar ante o real.
O Instituto para Gestão de Oferta (ISM) informou que o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços nos EUA foi a 56,4 pontos em agosto, superando a expectativa de 53,8 do mercado.
O dado, embora seja positivo porque afasta o temor de uma recessão da economia americana, pode servir de motivo, juntamente com uma possível trégua na guerra comercial, para que o Fed (BC dos EUA) suspenda o corte seus juros previsto no próximo dia 18, o que seria negativo para o Brasil. Cortes por lá tendem a atrair capital ao país, que paga juros mais altos.
A negociação desta quinta refletiu ainda a cautela com a expectativa com a divulgação de números econômicos importantes nesta sexta. A agenda está forte e inclui a divulgação do IPCA, a inflação oficial do Brasil de agosto, e o relatório de empregos dos EUA (o chamado “payroll”) referente ao mesmo mês. Também nesta sexta, o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Jerome Powell, vai discursar.