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Após bater R$ 4 com Argentina, dólar perde força, mas real tem 3ª maior queda do mundo

Derrota do liberal Macri para a oposição de esquerda em eleições que antecipam o pleito de outubro fez moeda dos EUA disparar; investidor vê risco para o vizinho e contágio ao Brasil

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Moeda chegou a ser negociada a R$ 4,011 no pregão desta segunda-Foto:Reprodução

As eleições primárias na Argentina deste domingo (11) impactaram forte no mercado financeiro brasileiro nesta segunda-feira (12), já chamada de Lunes Negro (ou segunda-feira sangrenta). Pela manhã, o dólar chegou a ser negociado em R$ 4,011, na primeira vez que a moeda ultrapassa a barreira psicológica dos R$ 4 desde fim de maio. No fim, a divisa perdeu o ímpeto, e terminou nos R$ 3,974, com alta de 1,06%, o maior patamar desde 28 de maio.

Apesar da desaceleração, o real foi a terceira divisa que mais cedeu terreno frente ao dólar nesta segunda-feira (12), atrás apenas da lira turca e do peso argentino, segundo dados da Bloomberg.

Já o Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, tombou 2%, fechando a 101.915 pontos.

A aversão ao risco global vista nas últimas semanas devido ao agravamento da guerra comercial entre EUA e China foi intensificada na América Latina nesta segunda (12) pelos receios de uma mudança na política econômica da Argentina, que poderia levar o país a uma nova moratória, respingando no Brasil, seu grande parceiro comercial.

O resultado da eleição deste domingo (11), que é uma prévia da disputa presidencial, marcada para 27 de outubro, indica como quase improvável que o liberal e atual presidente do país vizinho, Maurício Macri, ganhe a corrida. Ele perdeu por 15 pontos de vantagem para o candidato da oposição e de esquerda, Alberto Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como sua vice.

Fernández já disse que vai acabar com muitas das medidas de austeridade impostas por Macri para conter o déficit das contas públicas e cumprir as exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI), que financia o país. Entre outras mexidas serão dados reajustes aos aposentados. Esses aumentos seriam bancados pela redução do pagamento dos juros da sua dívida. O anúncio fez soar um alerta de volta do país a 2001, ano da moratória.


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