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Agenda econômica da semana: veja o que você precisa acompanhar

Fique por dentro dos principais eventos no Brasil e no mundo, que devem mexer com o mercado financeiro entre segunda-feira, 16 de dezembro, e sexta-feira, 20 de dezembro

Bárbara Leite

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Na última semana do ano sem feriado, os investidores vão continuar de olho nos pormenores da primeira fase do acordo comercial entre EUA e China. Neste domingo (15), o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, disse que o acordo vai quase dobrar as exportações dos EUA para a China ao longo dos próximos dois anos e já está totalmente concluído apesar da necessidade de traduções e revisões do seu texto.

Embora muitos detalhes ainda sejam desconhecidos, a “fase 1” do acordo comercial ficou aquém do esperado. Os EUA disseram que manterão tarifas de 25% sobre aproximadamente US$ 250 bilhões em importações chinesas e reduzirão tarifas para US$ 120 bilhões em produtos para 7,5%. A reversão de impostos é “menor que o esperado”, de acordo com o economista-chefe do Goldman Sachs, Jan Hatzius.

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Essa frustração fez o dólar ante o real subir 0,41% na última sexta (13) para R$ 4,109. Enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que as negociações comerciais da “segunda fase” começariam imediatamente, Pequim deixou claro que a mudança para o próximo estágio das negociações comerciais dependeria da implementação da primeira fase.

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A China, entretanto, divulgou ainda neste domingo (15), que a sua produção industrial cresceu 6,2% em novembro ante 4,7% em outubro e os 5 % previstos e as vendas de varejo subir 8% batendo a estimativa de 7,6% e o dado do mês anterior (7,2%), o que é uma boa notícia, em meio à guerra comercial com os americanos.

No radar do mercado estará a ata do Comitê de Polícia Monetária (Copom) da reunião da quarta passada, em que o órgão do Banco Central (BC) cortou, por unanimidade, a taxa básica de juros, a Selic, de 5% para 4,50% ao ano, que pode dar mais indicações do futuro da taxa.

O comunicado que acompanhou a decisão deixou a porta aberta para novos cortes em 2020, apesar da recente disparada do preço da carne e do dólar seguindo em patamares altos.

Também poderá haver alguma indicação sobre as taxas de juros americanos, já que vários membros do Fed (banco central dos EUA) vão discursar em Nova York.

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Também sai a prévia da inflação de dezembro no Brasil e o Caged, dados do emprego formal de novembro (sem data definida), além do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) dos EUA e dos dados da Alemanha, a maior economia da Europa, que podem indicar que se o país vai ou não evitar a recessão.

No Congresso, ocorrerá a votação dos destaques (mudanças à proposta) da nova lei do saneamento básico.

Segunda-feira (16)

1. Boletim Focus

O Banco Central (BC) divulga, às 8h25, o Boletim Focus, com as projeções de cerca de cem economistas do mercado financeiro para o dólar, PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país), taxa básica de juros, a Selic, e a inflação oficial medida pelo IPCA para 2019 e 2020.

Confira as últimas estimativas do Boletim Focus:

  • Selic: 4,50% ao ano (2019) e 4,50% (2020)
  • PIB: 1,10% (2019) e 2,24% (2020)
  • IPCA: 3,84% (2019) e 3,60% (2020)
  • Dólar: R$ 4,15 (2019) e R$ 4,10 (2020)

2. Alemanha: evitar recessão?

Será divulgado o PMI para dezembro da Alemanha que poderão indicar se a maior economia da zona do euro pode evitar uma recessão no quarto trimestre.

3. FGV e balança comercial

A Fundação Getúlio Vargas divulga, às 8h, o Índice de Preço ao Consumidor Semanal (IPC-S) e o Índice Geral de Preços (IGP-10) de dezembro. Às 15h, sai o resultado da balança comercial.

4. PMI dos EUA

Saem às 11h45, os PMI composto e de serviços dos EUA de dezembro, que retratam como está a saúde financeira da economia americana.

Terça-feira (17)

1. Ata do Copom

Será divulgada pelas 7h a ata da última reunião do Copom do BC em que a Selic foi cortada em meio ponto pela quarta vez consecutiva, diante do crescimento econômico ainda lento e inflação estável, e o investidor quer ver se o documento traz pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária. Após o comunicado que acompanhou a decisão, alguns analistas ainda seguem apostando que a Selic pode cair a 4% em 2020, apesar das pressões do preço da carne ou do dólar.

2. Votação da nova lei do saneamento básico

Está agendada a votação dos destaques (mudanças à proposta) da nova lei do saneamento, que entre outras novidades, abre a atividade à iniciativa privada. Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a mudança nas regras vai garantir segurança jurídica para atrair investidores estrangeiros que, segundo ele, estão de olho nas privatizações do setor. “São trilhões de dólares estacionados lá fora querendo ajudar, entrar por interesse econômico”, disse.

Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do novo marco regulatório para o saneamento básico por 276 votos favoráveis, 124 contrários e uma abstenção.

3. Votação do Orçamento de 2020

O Congresso Nacional deve votar a proposta orçamentária para 2020. A sessão está marcada para as 14h30. Antes, às 11 horas, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) votará o texto.

4. Membros do Fed discursam

O presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, falam, e Eric Rosengren, do Fed de Boston, discursa no Forecasters Club de Nova York.

5. Produção industrial nos EUA

Sai às 11h15, os dados da produção industrial dos EUA, e o mercado quer ver o impacto da guerra comercial na manufatura americana.

6. PIB da Argentina

Pelas 16h serão divulgados os dados do PIB da Argentina do terceiro trimestre, e a expectativa é que o país recue, e mostre que entrou em recessão; no segundo trimestre, a economia argentina caiu 0,3%.

Quarta-feira (18)

1. Indicadores econômicos do Brasil

O IPC-Fipe, índice de inflação medido pela Fipe, sai de madrugada; às 8h, a FGV divulga a segunda prévia do IGP-M, a chamada inflação do aluguel, de dezembro.

Já às 10h, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga o índice de confiança do empresário industrial de dezembro.

2. Membro do Fed de Chicago fala

O presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, fala no Clube Econômico de Indiana.

3. Lagarde e membro do Fed discursam em Frankfurt

A nova presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, discursa em evento em Frankfurt (Alemanha), onde estará também a membro do Fed, Lael Brainard.

Quinta-feira (19)

1. Relatório da inflação do quatro trimestre

O BC divulga, às 10h, o relatório trimestral da inflação do quatro trimestre, que é seguido por fala do presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

2. BCs da Inglaterra e do Japão anunciam juros

Esta semana será mais uma vez marcada por algumas decisões monetárias. O Banco de Inglaterra (9h) e o Banco do Japão anunciam as suas decisões sobre as taxas de juro. No país europeu, a taxa básica deve ficar inalterada em 0,75%, enquanto no asiático a autoridade pode levar os juros para valores ainda mais negativos. A taxa está negativa em 0,10%.

Sexta-feira (20)

1. Prévia da inflação de dezembro

O IBGE divulga, às 9h, o IPCA-15, a chamada prévia da inflação oficial do país. Os analistas ouvidos pela Bloomberg preveem que o indicador deve subir 0,7%, ainda pressionado pelos preços das carnes.

2. PIB e ‘shutdown’ dos EUA

Os EUA vão divulgar, às 10h30, o PIB do terceiro trimestre. A estimativa da Bloomberg prevê que o país tenha crescido 2,1% de julho a setembro.

Além da divulgação dos números da economia, os investidores estarão atentos a um possível “shutdown” nos EUA. Na última quinta (12), líderes parlamentares informaram que chegaram a um acordo orçamentário, dando ao Congresso e à Casa Branca uma semana para aprovar a legislação antes que o governo fique sem fundos e paralisado, num fenômeno chamado de ‘shutdown’, que aconteceria após esta sexta, segundo a Dow Jones.

O acordo cobre quase US$ 1,4 trilhão em gastos do governo. Os detalhes, no entanto, não foram revelados. Os acordo teria sido firmado após uma reunião entre a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e os líderes do Congresso.


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